Alckmin é apenas o primeiro alvo

Restam o espírito lavajatista e o lawfare para serem utilizados contra qualquer liderança que tenha relação com o PT – Alckmin é apenas o primeiro alvo

Geraldo Alckmin
Geraldo Alckmin (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Não sei o que os meus três únicos assíduos leitores acham, mas, a cada dia que se passa nesse nosso “país tropical abençoado por deus e bonito por natureza”, mais me parece que, apesar de não se repetir, a história está rimando muito mais do que eu gostaria que acontecesse, em especial porque a rima voltou a incluir três palavras-chave: delação premiada, polícia federal e caixa dois.

Não nutro simpatia alguma por Geraldo Alckmin (muito menos pelo PSB de Pernambuco, diga-se de passagem), mas, como já fiz questão de afirmar num texto passado, farei campanha e votarei em Lula no dia 2 de outubro próximo, inobstante o seu vice e o apoio do PT ao candidato indicado pelo PSB para governador do estado que tem na sua bandeira criada durante uma revolução em 1817 um lindo arco-íris.

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O problema é que, derrotada a operação lava-jato e, junto a esta, caídos por terra todos os processos movidos contra o ex-presidente Lula, ainda restam de pé firmes e fortes o espírito lavajatista e o lawfare que sempre o inspirou, preparados para serem utilizados nos próximos seis meses contra toda e qualquer liderança política que tenha algum tipo de relação com ele e o PT – Alckmin é apenas o primeiro alvo nessa partida que acaba de começar.

Não tenho a menor dúvida em relação ao fato de que “Carluxo” Bolsonaro e o “gabinete do ódio”, com o indevido apoio de inúmeras instituições do aparelho estatal, já possuem dossiês suficientes para municiarem as ações espetaculosas da polícia federal até a véspera do primeiro e segundo turnos das eleições de outubro, bem como para alimentarem de ódio todas as redes digitais bolsonaristas.

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Diante desse cenário que só os ingênuos políticos não conseguem enxergar, lamento dizer que não nutro expectativa de que o STF e o TSE terão força suficiente para criar barreiras de proteção contra a rima (lembrem-se que a história não se repete) das ilegalidades cometidas desde, pelo menos, 17 de março de 2014 – data de fundação da operação liderada pelo ex-juiz federal de Curitiba.

Se o que acabo de escrever acima for verossímil, é bom colocarmos barba, cabelo e bigode de molho, pois o pior ainda está por vir das hostes bolsonaristas, com direito a acusações de existência de redes petistas de pedofilia, terrorismo e, evidentemente, corrupção, espalhadas por todo o território nacional, com bases em Cuba e Venezuela. Parece absurdo, mas nunca se esqueçam de que, em 2018, também parecia ser.

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