Alberto Fernández diz não à reeleição

"Fernández disse que chegou a hora de uma nova etapa política dentro do peronismo e que apoiará o candidato que for escolhido nas primárias", conta Marcia Carmo

Presidente da Argentina, Alberto Fernández
Presidente da Argentina, Alberto Fernández (Foto: REUTERS/Gonzalo Fuentes)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Após vários dias de especulações sobre seu futuro político, o presidente argentino Alberto Fernández anunciou, nesta sexta-feira, que não disputará a reeleição presidencial. Num vídeo que publicou em suas redes sociais, Fernández disse que chegou a hora de uma nova etapa política dentro do próprio peronismo e que apoiará a eleição do candidato que seja escolhido a partir das primárias que serão realizadas no dia 13 de agosto deste ano, antes do primeiro turno da eleição presidencial, no dia 22 de outubro. “Que a direita, com seu pesadelo e escuridão, não volte a governar o país”, disse. Na sua mensagem, Alberto Fernández disse que participará diretamente da campanha da coalizão governista Frente de Todos e repetiu que a aliança política deverá competir com novos nomes na corrida à Casa Rosada. A posse do seu sucessor será no dia 10 de dezembro, quando a Argentina completa 40 anos de retorno da democracia ao país após uma das mais sangrentas ditaduras da América Latina (1976-1983).

No vídeo, divulgado por Fernández, ele diz que 2023 marca as duas décadas da chegada do ex-presidente Nestor Kirchner (1950-2010) à Presidência. Foi a partir da posse de Kirchner, que governou a Argentina entre 2003 e 2007, que nasceu o kirchnerismo em termos nacionais. Após Kirchner, sua esposa e atual vice-presidente Cristina Kirchner foi a presidente (2007-2010), sendo sucedida pelo ex-presidente Mauricio Macri, da direita. Para Macri, que também já anunciou que não será candidato à Presidência, Fernández mandou seu recado na mensagem desta sexta-feira. “Recebemos um país endividado, com altos índices de pobreza, inflação alta, os efeitos da pandemia, uma guerra (Guerra da Ucrânia) e uma seca brutal”, disse.

continua após o anúncio

 Num balanço do seu governo, em tom de despedida, Alberto Fernández disse que seu governo realizou obras, como as de casas populares, e estratégicas, como o início do gasoduto chamado Nestor Kirchner – a obra completa prevê a transmissão da energia do complexo energético de Vaca Muerta, na região da Patagônia, no sul da Argentina, até a fronteira com o Brasil. “Fizemos pontes com a América Latina e com um mundo em crise”, disse Fernández enquanto eram mostradas imagens de seus encontros com o presidente Lula e com o ex-presidente boliviano Evo Morales.

 Com a Argentina registrando índices negativos na área econômica e social, com inflação que chegou a 7,7%, apenas no mês de março, acumulando 104% nos últimos doze meses, e aumento nos índices de pobreza, Alberto Fernández reconheceu:

continua após o anúncio

 “Está claro que não conseguimos tudo o que tínhamos planejado. Sentimos dor pela pobreza, pelas pessoas que ganham salários baixos e pelos sonhos que não podem ser realizados”. A expectativa agora é para saber qual será a reação da vice-presidente Cristina Kirchner. Ela também já tinha anunciado que não será candidata à Casa Rosada. Ela e Fernández estavam, notoriamente, distanciados.

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247