Ah, agora Gilmar Mendes se irrita, é?
Gilmar briga agora com os abusos “delirantes” e com Veja porque esse lixo tocou no seu pupilo e na sua condição de classe interessada no que acontece de pior contra o direito verdadeiro, contra a justiça negada amplamente ao povo e contra a democracia
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Amigo Auxiliar Adm. Michael Lopes Paulinelli, Belo Horizonte, MG
Um dos sinais históricos de que o sistema dominante começa a ruir é quando seus chefes mostram divisões e batem cabeças a olhos vistos.
Nunca tive ilusões quanto a unidade imbatível da direita. Esta sempre arma suas articulações sobre bases de interesses individuais e de grupos. Quando insatisfeitos começam a brigar.
Os interesses giram em torno de negócios eivados de corrupções financeiras e de tramoias políticas, nada relacionadas com a sociedade e com a Nação. Muito pelo contrário, o povo e a Nação são meros meios de negócios para satisfazer a ânsia de consumo da chamada casa grande, gigantesca porque nacional e internacional. E só.
Há algum tempo, desde a onda justiceira sinalizada pelo apelidado “mensalão”, termo criado pelo play boy e moleque de recados da burguesia “alto” padrão global, Roberto Jefferson, passando pelos strip-teases da força tarefa lava jato, com Sérgio Moro como garoto propaganda e ídolo das madames batedoras de panelas, rachas na ilusória unidade apontam para divisões no barco dominante.
No “ministério” e “governo” do golpista MisShel Temer as marcas divisionistas são claras com o comandante nacional da corrupção, Eduardo Cunha, que certamente corre riscos de assassinato pelos companheiros de porão, mantem seguro em suas mãos o membro animal, que a evolução levou a humanidade a perder, mas que os macacos involuídos ainda os têm na parte final da coluna vertebral moral.
No campo do judiciário, ocupado pelos que intentam uma ditadura disfarçada de legalidade, mas furiosa contra nossa Constituição Federal, ainda com alma progressista, os rachas prognosticam a queda do castelo sem bases amplas nacionais e sociais.
As rachaduras nas castas dominantes são reais e temos que ajudar a que se ampliem para apressar a queda do bloco sangrador de toda a energia democrática, representativa dos desejos de justiça social de maioria do nosso povo.
O império caiu, apesar de assassinar Tiradentes, Frei Caneca e muitos revolucionários, cujo sangue derramado serviu de azeite para as lamparinas da luta, porque o bloco representativo dos negócios que massacravam o novo Brasil, que se revolvia para nascer, se dividiu, com alguns abandonando os porões raticidas e outros, inclusive, se bandeando para o front dos lutadores. Assim foi com a aliança mineira- carioca-paulista escravocrata que veio abaixo, graças a imensa mobilização das massas em favor da libertação dos escravos. Uma funcionária de menor expressão do império, Princesa Isabel, assinou a deficiente e limitada alforria dos escravos na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro literalmente sitiada pela mobilização da base social, integrada também por desertores da casta em ruina.
Poderia exemplificar mais com a derrubada da ditadura, por exemplo, com alguns de seus apoiadores de sempre, que lascaram a unidade do bloco do terror, graças a energia poderosa que vertia dos cárceres, do exílio, das matas e do universo urbano, que lutou bravamente contra aquela nojeira sanguinária e entreguista, tingida de preconceitos fascistas e ódio.
Assim foi o “movimento diretas, já”. E assim será com o golpe teatral de hoje, que se enraíza no parlamento, em alguns governos estaduais, na mídia (sempre temos que mencionar isso) e, indiscutivelmente, no judiciário, onde se refugiam antigos simpatizantes da ditadura e do nefasto neoliberalismo, cruelmente praticado por outro traidor da ciência, dos compromissos políticos mais avançados dos quais participou, o senhor Fernando Henrique Cardoso.
Na vida nacional há dois movimentos históricos em choque: um é o dessa elite descomprometida com o País e com a justiça social em suas inúmeras facetas, inclusive a do judiciário; o outro é o movimento de massas, que vez ou outra é golpeado por alguns, que fazem o movimento contrario do que outros de cima empreendem ao descer para o povo, encantados com migalhas que caem sob as mesas da plutocracia desumana.
Quanto ao judiciário o brilhante e admirável jornalista Luis Nassif, dono de espantoso poder de síntese e objetividade, o definiu muito bem ao descrever a sua pequenez em forma de ações assassinas e de seu apodrecimento, fazendo tudo menos justiça: “A facilidade com que se assassinam reputações até de Ministros do STF mostra o grau de apodrecimento das instituições brasileiras” (leia mais aqui).
O que escreveu Nassif sobre as instituições, incluindo o julgamento do impeachment no Senado, presidido pelo presidente do STF, é corroborado pelo subprocurador-geral da República durante o governo FHC e AGU no governo Lula, Álvaro Ribeiro Costa, em carta profética fortíssima aos golpistas comandos por MisShel Temer: “Não importa se o arrombador dos pilares da ordem democrática possa eventualmente se valer de uma maioria parlamentar corrompida e mal-cheirosa ou de juízes parciais e desacreditados. Quando a injustiça e a corrupção se fantasiam de direito e moralidade, a justa indignação e a resistência se tornam obrigação (vale a pena ler a carta inteira aqui).
Voltando a Luis Nassif, o texto que escreveu mencionando o apodrecimento do judiciário refere-se a “ira” de Gilmar Mendes com a revista Veja, com a força tarefa lava jato e sua vingança torpe ao noticiar fantasiosamente que a empreiteira OAS pagou propina para o ministro Dias Toffoli do STF.
Declarando que mesmo que não goste de Toffoli, o blogueiro jornalista afirma que o que fizeram foi assassinato de reputação mostrando “o enorme poder de chantagem que a Lava Jato conquistou. Basta induzir um delator a mencionar qualquer coisa sobre um adversário da operação, para liquidar com seu nome. E tudo isso valendo-se do poder de Estado do qual estão revestidos delegados e procuradores. É a própria essência do Estado policial”.
Gilmar Mendes critica o que Sérgio Moro conceitua como gravações de boa fé, embora ilícitas como prova. Critica também a falta de limites nas pressões sobre os investigados para forçá-los a fazer as tais delações premiadas.
O ruralista ainda membro do STF parece adotar a minha linguagem quando fortemente chama Moro e seu cavalo lava jato, com seus poderosos e vaidosos promotores públicos, sustentados por nós, de praticar delírios totalitários. Sua frase literal a esse respeito é muito interessante: “Já estamos nos avizinhando do terreno perigoso de delírios totalitários. Me parece que [os procuradores da Lava Jato] estão possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço” (aqui).
Esse a qualquer preço e sob delírio inclui o assassinato de reputações, como escreve Nassif, e o poderio representado pelos mimados, vingativos, ciumentos e poderosos (como escreveram (Márcio Chaer, Pedro Canário e Marcelo Galli) procuradores do Ministério Público Federal, que odeiam “habeas corpus” e os juízes que o respeitam, como fez Dias Toffoli ao conceder a soltura da prisão show do ex-ministro Paulo Bernardo.
Conclusão, esse episódio todo envolvendo Veja, lava jato com seu chefe Sérgio Moro, o protesto de Gilmar Mendes e de outros mostra o seguinte: 1. Gilmar briga agora com os abusos “delirantes” e com Veja porque esse lixo tocou no seu pupilo e na sua condição de classe interessada no que acontece de pior contra o direito verdadeiro, contra a justiça negada amplamente ao povo e contra a democracia. Quando é contra Lula e Dilma tudo bem. A briga é, portanto, teatro dentro da casa grande contra a senzala; 2. Porém, na rixa aparece o racha que começa a danificar o bloco dominante. Ao fazer a briga de bogiu (pequenos macacos que ao se estranharem jogam excrementos quentes uns nos outros) sinalizam o desconforto que a conjuntura crítica do povo chega aos tronos dos poderosos; 3. Ao se xingarem mutuamente se reconhecem como galeria de dominadores, delirantes, vingativos, chantagistas e usuários de métodos para destruir as pessoas a quem odeiam. Nos seus discursos raivosos transparece a verdade que sempre denunciamos: são poderosos, vingativos e mesquinhos quando no uso dos poderes que o Estado lhes dá. Invés de servirem ao povo se servem do Estado.
Contudo, ainda não se pode identificar desunião profunda e absoluta em cima no bloco dominante. Mas é bom saber que já começaram e guerrear entre si.
É preciso que se construa mais solidamente a união nacional, popular e de todos os setores sociais para apressar o lascamento no andar de cima, para que os mais suscetíveis às mudanças desçam e, finalmente, é necessário que avancemos ainda mais na luta contra o bando que se denuncia mutuamente e promovamos as mudanças profundas que merecemos e que o Brasil merece.
“Está chegando a hora…” de gozarmos do direito à indignação e da justa resistência, avançando sobre os opressores de sempre.
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