Água mole

Podem esquecer e tirar o cavalinho da chuva. Não existe outra saída a não ser o impedimento da continuidade desse governo no poder, seja pela via do impeachment (Congresso Nacional) ou pela via da anulação da chapa militar eleita (Tribunal Superior Eleitoral)



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Hoje, 22 de março de 2021, é o Dia Mundial da Água e não temos nada para comemorar nessa data, ao contrário. Segundo declaração do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres “os recursos hídricos do mundo estão sob ameaça sem precedentes.” Conforme dados atuais “cerca de 2,2 bilhões de pessoas carecem de água potável e 4,2 bilhões vivem sem acesso a saneamento adequado.” 

Convém lembrar que não são somente os recursos hídricos que estão ameaçados no planeta. Muitos países estão perdendo o espaço para a pandemia do coronavírus e vivem situação dramática na área da saúde pública, a exemplo do nosso Brasil, pelo negacionismo de seus governantes. A água faz parte da área da saúde pública e é um direito de todo o cidadão.  

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Por outro lado, na última semana que passou, a polêmica no país da jabuticaba era se o presidente poderia ser considerado um genocida, como escreveu, por exemplo, o humorista Gregório Duvivier em suas redes sociais: "Bolsonaro é um genocida. E também inepto, corrupto, covarde, estúpido, incompetente, incapaz, pérfido, perverso, [...]".  

Para não dar bolo e, principalmente, para não botar na confusão as coisas que a gente vem escrevendo, como outros que também escrevem, há algum tempo, sobre as barbaridades desse governo militar fui buscar, nos dicionários mais conceituados, como o “Aurélio” e o “Houaiss”, o significado da palavra “genocida” que tanto vem tirando o sono de alguns nazifascistas que dormem nas dependências do Palácio da Alvorada e dos seus arredores. 

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No “Aurélio” não existe um verbete específico para a palavra “genocida”, mas, segundo o “Houaiss”, quer dizer “que ou quem perpetra ou ordena um genocídio”. 

Nesse ponto, voltando ao “Aurélio”, o genocídio é definido como “crime contra a humanidade, que consiste em, com intuito de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso, cometer contra ele qualquer dos atos seguintes: matar membros seus; causar-lhes grave lesão à integridade física ou mental; [...]”.    

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Portanto, como estamos tratando de um presidente homem (e macho, obviamente), para não cometermos qualquer erro de gênero, ele será tratado como um genocido, salvo qualquer melhor definição futura em contrário, pois, entende-se, claramente, o poder de destruição desse genocido e de seus comandados. 

Atribuir como incompetente a gestão desse governo na área da saúde pública, com as mortes pelo coronavírus beirando o número de 300 mil, é ficar passando o pano e ter a esperança de que um dia as coisas vão mudar, para melhor, aguentando, bovinamente, os fatos diários.  

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Podem esquecer e tirar o cavalinho da chuva. Não existe outra saída a não ser o impedimento da continuidade desse governo no poder, seja pela via do impeachment (Congresso Nacional) ou pela via da anulação da chapa militar eleita (Tribunal Superior Eleitoral). 

Se esse governo não foi eleito, explicitamente, com o objetivo de matar, como vem seguindo a risca a ordem do genocido, parece que não existe mais dúvida do que está acontecendo. Ele continua matando e vai matar mais. Os alertas, os apelos e as ações que perpassam o universo do legislativo (Congresso Nacional) e do judiciário (Tribunal Superior Eleitoral) não têm ressonância, o caos está estabelecido, seguindo um plano muito bem articulado de poder. 

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Por exemplo, quando o genocido fala em “estado de sítio”, se mostrando contra alguns prefeitos e governadores que usaram o “lockdown” em seus territórios por causa do coronavírus, ele troca de sinal, descaradamente, porque como militar formado na ditadura, parece louquinho da silva para decretar esse fechamento político e não sanitário em função do número de mortes, com colapso dos hospitais, como vem sendo adotado por alguns agentes públicos. 

Será que é difícil de perceber esse tipo de atitude do genocido? Os recados vêm sendo dados faz algum tempo e esse pode se viabilizar, em breve: estado de sítio. 

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Afinal, elegeram uma ditadura para isso, não é mesmo? O genocido somente vai cumprir o roteiro da maldade entre outras coisas que ele enche o peito para dizer que foram suas promessas de campanha. Quem o colocou no poder, pelo caminho das urnas, não sabia disso?   

A “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura” é um provérbio popular de muita sabedoria. Fazendo uma analogia rápida, podemos dizer que no campo político o governo vem sofrendo uma “erosão” inexorável em várias áreas de atuação e uma hora “desaba”. Por isso, enquanto povo indignado, temos que continuar trabalhando como a “água mole”, sem desistir.  

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“A derrubada da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre.” (Nelson Mandela)

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