Agosto derruba presidentes (1)

"Não se sabe no que tudo isso vai dar, mas, nas crises dos dois agostos anteriores, em 1954 e em 1961, quando o pano de fundo também era ameaça de golpe, os dois presidentes acabaram caindo rapidamente", escreve o jornalista Alex Solnik

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


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Por Alex Solnik 

Quem assistiu talvez se lembre que no último “Bom Dia 247” de julho o âncora Leonardo Attuch perguntou se eu achava que haveria crise em agosto. Era uma tradição da política brasileira, disse ele. Contestei. Isso só aconteceu duas vezes. Não é toda hora. 

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Passados 22 dias, admito que errei. Leo tinha razão. Estamos em plena crise de agosto, pela terceira vez.

Logo no quarto dia do mês o clima esquentou. O ministro Alexandre de Moraes incluiu Bolsonaro, por sugestão do MPF, no inquérito das fake news e o mundo começou a desabar. A resposta do presidente a Moraes foi de ódio: “Sua hora vai chegar”.

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No dia 5, o presidente do STF, Luiz Fux, cancelou a reunião entre os Três Poderes, devido aos ataques de Bolsonaro a Moraes e a Barroso. “Quando se ataca um, se ataca todos” disse Fux.

A 6 de agosto, num corpo a corpo em Florianópolis, o presidente quebrou mais uma vez o decoro do cargo e fez nova intimidação ao presidente do TSE e ministro do STF ao xingar Barroso de filho da puta.

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No dia 10, convocou desfile de tanques na frente do Palácio do Planalto, enquanto, do outro lado da Praça dos Três Poderes, deputados decidiam sobre o voto impresso, sua obsessão maior.

Dia 13 de agosto: a Polícia Federal prendeu Roberto Jefferson, integrante da tropa de choque de Bolsonaro e da milícia digital que preparava um levante para o dia 7 de setembro.

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A 17 de agosto, vídeo em que o cantor Sérgio Reis dá detalhes do levante circulou nas redes sociais: a ideia é fechar Brasília e só sair de lá quando Pacheco aceitar o impeachment de Moraes.  

Dois dias depois, a PF fez busca e apreensão de documentos e equipamentos eletrônicos na casa do cantor e em outros endereços.

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No dia 20, Bolsonaro entregou pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, fato inédito na história do Brasil que foi rapidamente repudiado pelo presidente do Senado e pelo país.

Em resposta ao repúdio geral, Bolsonaro avisou que nos próximos dias iria pedir impeachment de Barroso também. 

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Não se sabe no que tudo isso vai dar, mas, nas crises dos dois agostos anteriores, em 1954 e em 1961, quando o pano de fundo também era ameaça de golpe, os dois presidentes acabaram caindo rapidamente.

Amanhã eu conto.  

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