Afinal, quem é Ciro Gomes?

"Ciro Gomes é da direita. Não tenhamos nem um pingo de dúvidas sobre isso. Seu passado o denuncia e seu presente o confirma como um expoente desse campo", diz o colunista Carlos D'Incao; "Quem poderia achar o contrário de alguém que já foi do ARENA (PDS), do PMDB, do PSDB, do PPS, do PROS (partido que hoje declara apoio a Bolsonaro) e que hoje está no PDT que não é nem sombra daquilo que já foi na era brizolista?", questiona

"Ciro Gomes é da direita. Não tenhamos nem um pingo de dúvidas sobre isso. Seu passado o denuncia e seu presente o confirma como um expoente desse campo", diz o colunista Carlos D'Incao; "Quem poderia achar o contrário de alguém que já foi do ARENA (PDS), do PMDB, do PSDB, do PPS, do PROS (partido que hoje declara apoio a Bolsonaro) e que hoje está no PDT que não é nem sombra daquilo que já foi na era brizolista?", questiona
"Ciro Gomes é da direita. Não tenhamos nem um pingo de dúvidas sobre isso. Seu passado o denuncia e seu presente o confirma como um expoente desse campo", diz o colunista Carlos D'Incao; "Quem poderia achar o contrário de alguém que já foi do ARENA (PDS), do PMDB, do PSDB, do PPS, do PROS (partido que hoje declara apoio a Bolsonaro) e que hoje está no PDT que não é nem sombra daquilo que já foi na era brizolista?", questiona (Foto: Carlos D'Incao)


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Está na hora de colocarmos um ponto final na questão de quem é, do que representa e do que fazer com a candidatura de Ciro Gomes. Um vacilo nas atuais circunstâncias pode ser decisivo para a esquerda e representar um retrocesso histórico para a classe trabalhadora, de dimensões apocalípticas.

Ciro Gomes é da direita. Não tenhamos nem um pingo de dúvidas sobre isso. Seu passado o denuncia e seu presente o confirma como um expoente desse campo.

Quem poderia achar o contrário de alguém que já foi do ARENA (PDS), do PMDB, do PSDB, do PPS, do PROS (partido que hoje declara apoio a Bolsonaro) e que hoje está no PDT que não é nem sombra daquilo que já foi na era brizolista?

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Como alguém que apoiou em 2010 a pré-candidatura de Aécio Neves, lhe rasgando a seda como se o mesmo fosse - junto com o PSDB - “o presidente que iria unir os homens e mulheres de bem em nosso país”, pode hoje ser considerado de centro-esquerda?

Alguns, corretamente devem lembrar: Ciro foi também ministro de Lula na composição do Presidencialismo de coalisão. Assim como foi Michel Temer. Mas é preciso saber fazer uma distinção lúcida dos fatos.

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Uma coisa é você fazer parte das forças progressistas e ser obrigado a estabelecer uma aliança com setores reacionários para tentar impôr uma agenda progressista para o país.

Outra coisa é você ser a parte reacionária dessa aliança, montar uma quadrilha, se unir com o grande capital e agora dizer que a esquerda deveria se submeter a essa aliança.

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Avancemos mais: Ciro Gomes, embora tenha criticado o processo judicial que condenou Lula, não acredita que as decisões desses tribunais foi um golpe que pretende sepultar a esperança de se reverter as famigeradas reformas ultra-neoliberais que assolam o país. Nem mesmo reconhece que há uma flagrante fraude no processo eleitoral, ao tentar retirar o candidato favorito do pleito (Lula), mesmo ele sendo inocente.

Ciro Gomes atuou, ao longo do processo golpista contra Dilma, apostando no óbvio fiasco das reformas ultra-neoliberais que estavam por vir e que rapidamente se tornariam impopulares. Sempre com os olhos em 2018, falou duro contra a direita golpista, encantando setores inocentes da esquerda. Mas nunca deixou de fazer veementes críticas ao PT e à Dilma, colocando nas vítimas o ônus do crime cometido contra elas.

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Atualmente Ciro avalia que não restam mais dúvidas de que Lula não será mais candidato e... resolveu iniciar sua traição programada.

Em primeiro lugar vai aumentar o tom da retórica de que as eleições sem Lula não são uma fraude e de que “ninguém é dono dos eleitores”. Irá aprofundar diálogos com os candidatos da esquerda e já possui de prontidão um exército de cabos eleitorais para militar nas redes sociais.

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Esses cabos eleitorais - muito bem pagos - estão infiltrados especialmente nos grupos de esquerda, e estão sempre atentos para defender Ciro, sua suposta brilhante gestão no distante Ceará da década de 90 e que - apesar de todas as evidências - ele é sim um candidato de “centro-esquerda” e o único capaz de vencer a direita.

Nos bastidores, Ciro recebe dinheiro dos banqueiros, defende a continuidade de uma agenda ultra-neoliberal, apoia a reforma da Previdência, se porta como legítimo defensor dos interesses do mercado e com grande eloquência repete os ditames dos economistas liberais neokeynesianos.

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Recentemente ganhou a simpatia e o apoio da grande imprensa e nas próximas semanas começará a tomar os holofotes dos grandes canais de comunicação.

Sua meta é legitimar a fraude das eleições de 2018, dividir o “legado” de Lula (a operação abutre) e criar a ponte para a meta final da direita e do grande capital nacional e internacional, qual seja, destruir o Partido dos Trabalhadores e os movimentos sociais organizados no Brasil.

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A perversidade de Ciro Gomes se materializa no fato de que ele é o único candidato que se porta como uma opção da esquerda, da centro-esquerda, do centro, da centro-direita e da direita. E pior: ele é um candidato muito inteligente e muito bem preparado, o que o torna um inimigo de altíssima periculosidade.

Caso tenha sucesso e se eleja presidente, sua traição programada se concluirá com adendos fundamentais: Ciro Gomes é também uma pessoa arrogante, destemperada e autoritária. Além da continuidade de uma agenda ultra-neoliberal, ele atacará com violência política e militar a esquerda brasileira e os movimentos sociais. Por fim, caberá a ele ser o coveiro do Presidencialismo e o implementador da trava oligárquica do Parlamentarismo.

Para os espectadores que não observam as águas mais profundas da política brasileira, ver Manuela d’Àvila e Guilherme Boulos conversando com Ciro apenas o credencia como uma opção do pólo progressista.

Aqui não há inocência. Caso o PC do B caminhe nessa direção, será mais um partido de esquerda que traiu a classe trabalhadora em troca das moedas de Judas (como fez fartamente nas eleições municipais de 2016, quando em muitas e grandes cidades fez alianças com o DEM e com o PSDB).

O mesmo vale para o PSOL, embora o significado de Ciro Gomes seja mais claro para as suas lideranças, com a óbvia exceção do grupo da Luciana Genro (que ainda acredita que o Estado Islâmico é um braço libertário do Oriente Médio).

Não podemos errar nesse momento: a única opção da esquerda é se unir ao Partido dos Trabalhadores, que possui a hegemonia dos movimentos sociais, é o partido mais popular, com a maior bancada no Congresso Nacional, com mais senadores, com mais governadores, que terá mais tempo na televisão e terá acesso a um fundo partidário gigantescamente maior do que o de qualquer candidato.

Fingir que tudo isso não existe e que um eventual impedimento da candidatura de Lula abre o campo para alianças sem a liderança do maior partido da esquerda é fazer exatamente o jogo da direita.

Caso a esquerda tenha que caminhar sozinha em uma candidatura do Partido dos Trabalhadores que assim seja e que venha a servir para denunciar a farsa dessas eleições. Não faltam quadros no PT que, diferentemente de Ciro, não ficaram vagando por legendas da direita até encontrar no combalido PDT espaço para suas ambições eleitorais.

E não tenhamos dúvidas: qualquer quadro do PT terá o triplo de votos que Ciro Gomes. E quando esse cenário se fechar, Ciro vai se entregar ao campo que ele pertence: a disputa de votos com Alckmin e Bolsonaro.

A História irá contemplar aqueles que não viraram as costas ao povo brasileiro em um momento tão grave e tão nebuloso. Mas que nesse caminho sejam também apontados todos os traidores da classe trabalhadora, a começar pelo mais perverso e perigoso inimigo, forjado nas mais sujas alcovas da direita brasileira: Ciro Gomes.

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