Afinal, nazismo e comunismo são de certa forma equivalentes?



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Parece que os temas Nazismo, Comunismo, as acusações de genocídios entre outras polêmicas continua de forma forte na internet, principalmente após alguns comentaristas - que nunca tinha ouvido falar - voltaram a colocar à luz esses temas. 

Mas a questão é de justa valia, embora seja antiga e já existe resposta científica, ou seja, não fica no simples achismo ou no “cada um tem sua própria opinião…”

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Vejamos:

O Nazismo nasceu como força política no final dos anos 20 e começo dos anos 30 do século XX. A sua principal liderança foi Adolf Hitler. 

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Em seus programas de governo, os nazistas em nada falaram sobre uma mudança de sistema econômico. Desejavam um Estado propulsor do desenvolvimento econômico e regulador no que diz respeito à evasão de capitais. 

É, assim, um viés proto-keynesiano em alguns aspectos. Mas, foi sempre um defensor da propriedade privada dos meios de produção, das relações capitalistas de trabalho… em suma, é uma vertente do capitalismo pós colapso do livre mercado na famosa crise de 1929.

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O primeiro ponto do Nazismo é o extermínio dos comunistas na Alemanha e da URSS. É, assim, um partido da chamada “reação”, ou seja, compõe - como muitos partidos e países capitalistas da época - estratégias para acabar com os comunistas à nível nacional e internacional. 

Há também no Nazismo uma concepção imperialista que se pauta no ressentimento do fato de a Alemanha ter perdido territórios na Europa e suas colônias na África. 

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São também ultranacionalistas e ultraconservadores, condenando a existência de grupos transnacionais em seu país como os judeus, os ciganos, os homossexuais, os mestiços, os estrangeiros residentes e todos aqueles que ameaçam a cultura germânica com suas artes e músicas cosmopolitas. 

Por fim, os nazistas desenterraram todo o arsenal de pseudo-ciência que surgiu no final do século XIX e colocou o mesmo como política de Estado. 

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Em 1932 Hitler perdeu as eleições obtendo, no segundo turno, 36,7% dos votos. Ainda assim, para formar uma coalizão liberal-conservadora, o Partido vencedor, “Coalisão de Weimar”, liderado pelo presidente Paul von Hindenburg, nomeou em janeiro de 1933 Adolf Hitler como Chanceler (lembrando que o regime de governo alemão era Parlamentarista). 

Desde então, começou a ascensão de Hitler, fazendo-o estabelecer um regime exclusivamente conservador, tornando o Partido Nazista praticamente no único partido da Alemanha com o apoio e simpatia de todos os países capitalistas do mundo, até que… Hitler começou a tomar territórios e anexar outros na própria Europa, começou a exigir uma repactuação das colônias asiáticas e africanas e começou a se armar até os dentes. 

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Os únicos que compreenderam que a Alemanha iria novamente colocar o mundo em Guerra foram os comunistas, a URSS e um grupo político conservador nacionalista britânico liderado por Winston Churchill. 

Antes da segunda guerra mundial Hitler irá colaborar com os fascistas espanhóis liderados pelo general Franco e ajudará a matar milhares de pessoas na sua Guerra Civil e formará uma aliança internacional com a Itália de Mussolini e o Japão de Hirohito (o famoso Eixo). 

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Depois todos já sabem: Hitler vai longe demais na Tcheco-Eslováquia, invade a Polônia e vai saqueando os judeus alemães e os judeus estrangeiros… ocupará uma França praticamente sem lutas e encontrará resistência na Inglaterra, enterrando sua meta de uma guerra rápida. 

De forma precipitada, realiza o pesadelo de 9 em cada 10 generais alemães: invade a URSS onde será derrotado sob o custo de 20 milhões de soviéticos. 

O saldo geral de destruição humana gira em torno de 30 milhões de mortos, além de -obviamente- seus custos incalculáveis. 

Novamente as nações capitalistas colocaram o mundo em guerra, que começou com um pintor sem talento sendo nomeado chanceler da Alemanha e terminou com duas bombas nucleares jogadas pelos EUA e que até hoje mata e deixa sequelas naquelas duas cidades que desapareceram em segundos: Hiroshima e Nagasaki. 

E o comunismo? O que é? 

O Comunismo científico foi elaborado por dois filósofos alemães, Karl Marx e Friederch Engels. O chamaram de “primeiro período pós pré-história da humanidade”. Sendo o capitalismo a última fase dessa pré-história. 

Marx e Engels esmiuçaram através de um método científico - o materialismo histórico e dialético - a forma de funcionamento do sistema capitalista. Concluíram que o mesmo tinha contradições que não podiam ser resolvidas no seu interior, mas apenas através de um novo sistema econômico, o qual chamaram de socialismo - uma espécie de ante-sala para o comunismo. 

Para eles o sistema capitalista e suas leis tendenciais levariam a um acúmulo mundial de riquezas privadas, na deterioração global do planeta e no nível de civilidade existente. 

Anteviram o surgimento de grandes guerras mundiais e gigantescos movimentos catastróficos entre os seres humanos e dos seres humanos em relação à natureza. 

Perceberam que o motor desse processo, de origem histórica, estava no sistema de exploração do trabalho alheio, agora apresentado em sua forma mais sofisticada, ou seja, no sistema capitalista. 

Apenas uma libertação consciente da humanidade para um sistema que abolisse essa exploração poderia colocar ordem no caos, findar com os conflitos nacionais e internacionais e fizesse a individualidade finalmente ser contemplada em uma nova sociedade onde o “ser” valeria mais que o “ter” e onde o indivíduo não fosse massificado em um mundo cujo a sua existência é submetida pelas necessidades mais básicas e por sua condição de mercadoria humana que se vende ao capitalista. 

Vejam… é impossível fazer uma síntese honesta de uma filosofia tão complexa… A tentativa aqui é apenas a de demonstrar que nazismo e comunismo não são filosofias diferentes, porque o nazismo não é exatamente uma ideologia, mas um braço do sistema capitalista, gerado pelo capitalismo e financiado pelo capital alemão e internacional… 

O que todos questionam é se as experiências comunistas foram tão genocidas como a experiência nazista. A resposta é simples: Não. 

Até porque nunca existiu um país comunista no mundo, mas apenas países socialistas que nunca conseguiram transcender para o comunismo. 

Então, vamos ficar com as experiências socialistas. A URSS matou mais do que o Nazismo? Resposta: Não. “Mas Holodomor, na Ucrânia, morreram 100 milhões de pessoas, disse o fulano na Jovem Pan”. Bom… um historiador lida com fatos e não ficção. 100 milhões é mais do que o dobro da população atual da Ucrânia. Esse “Holodomor” foi criação da propaganda anti-comunista surgida em 1934 na Alemanha nazista… e nessa propaganda falava-se entre 5 a 20 milhões de mortos…

Existiu fome na Ucrânia? Sim. Por um ano. Por que? Porque após a Revolução soviética os grandes fazendeiros capitalistas da Ucrânia resolveram queimar quase toda a sua produção de trigo para forçar seu aumento pelo governo central da URSS. 

Houve fome, mas não houve milhões de mortos, houve não mais que 5 mil mortos… No fim, esses fazendeiros tiveram suas terras expropriadas pelo Estado e, durante a fome, os ucranianos puderam adquirir qualquer gênero alimentício gratuitamente sem cometer crimes de especulação de alimentos. Foi só isso… 

“E a grande fome da Era Mao? Não morreram milhões?” Não… quando o governo de Mao Tse Tung tomou o poder, o PCC tentou realizar um processo de industrialização rápida e falhou em dar os meios de produção de forma direta a uma população ainda sem instrução. 

Pensavam que com isso poderiam ter aço de qualidade de forma rápida e vendê-lo para evitar a TRADICIONAL fome sazonal que existia na China desde o século XIX. Falharam e a China teve seu último ano de fome de sua História. 

Quantos morreram? Estima-se que duzentas mil pessoas. A título de comparação, antes da Revolução esse número chegava por vezes a 15 milhões de mortos…

“E a Revolução cultural não matou?” Não… prendeu… mas não matou. Quantos? Não mais que duas mil pessoas. 

Assim, “infelizmente” para alguns anti-comunistas, as experiências socialistas não mataram “mais de 100 milhões” de pessoas… além disso, não se compara socialismo com nazismo, pois aqui há um problema semântico: socialismo se opõe ao capitalismo e não ao nazismo.

Gente… é claro que o sistema econômico e as experiências socialistas que almejam o fim do capitalismo vão ser alvo de uma avalanche de mentiras, de falsificações, de boicotes e de sabotagens por parte dos países capitalistas…

Deu certo? No ocidente deu… no Brasil os partidos comunistas são seitas… e quando um rapaz do PCB foi entrevistado na Globonews saíram uivando de ódio esses rapazes de pouquíssima bagagem cultural… um tal de Kataguiri, Monark et caterva… era previsto… o Brasil é um país bem anti-comunista…

Agora podemos fazer uma questão que deixarei em aberto numa “contra pergunta” justa: Quantas pessoas já morreram no capitalismo com suas ditaduras, com a fome, com doenças que já possuem cura e com uma multidão de guerras? 

Deixo só uma dica: não pense em milhões, pense em bilhões…

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