Afasta de mim esse Flávio
O jornalista Alex Solnik, que também é Jornalista pela Democracia, afirma que "o principal problema do governo chama-se Flávio Bolsonaro"; "Decisões que dificultam acesso a informações, principalmente de familiares de políticos, e limitam divulgação de dados sobre movimentações financeiras vieram logo a seguir ao tsunami provocado pelas revelações acerca de atividades, declarações e modus vivendi do filho do presidente. E, embora em diapasão menor, do filho do vice-presidente" diz Solnik
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Por Alex Solnik, para o Jornalistas pela Democracia - O principal problema do governo chama-se Flávio Bolsonaro. Decisões que dificultam acesso a informações, principalmente de familiares de políticos, e limitam divulgação de dados sobre movimentações financeiras vieram logo a seguir ao tsunami provocado pelas revelações acerca de atividades, declarações e modus vivendi do filho do presidente. E, embora em diapasão menor, do filho do vice-presidente.
A atuação de Bolsonaro pai e de Mourão me lembra muito o modo de agir de torturadores do DOI-Codi de São Paulo.
Na sala de interrogatório, o preso era abordado, primeiramente, por um senhor de paletó e gravata, cabelos grisalhos, rosto confiável, voz de veludo.
O papo dele era mais ou menos o seguinte: "olha, eu sou totalmente contrário a qualquer violência e não quero que te machuquem; mas nem todos aqui são assim; conta pra mim tudo o que você sabe porque se você não fizer isso eu não vou bater em você, eu vou sair e virá um colega que não concorda muito com meus métodos e não vai ser bom pra você".
Ambos eram torturadores. O "bonzinho" e o "mau".
Mourão costuma fazer o "bonzinho". Ônix prega o expurgo político; ele reprova. Bolsonaro declara que o governo Maduro tem que acabar o quanto antes; Mourão diz que o Brasil não vai participar de intervenção militar. Bolsonaro metralha a imprensa; Mourão faz um longo e civilizado agradecimento à mesma imprensa.
Mas, tal como os torturadores do DOI-Codi ele não consegue bancar o "bonzinho" sempre. Ao mesmo tempo em que teceu loas aos jornalistas que o acompanham nos dias de interinidade, assinou um decreto que os impede de ter acesso a informações como as que deram início ao escândalo Flávio, ou seja, implantou a censura por decreto.
E a censura é proibida pelo artigo 5º. da constituição que tanto ele quanto o presidente Bolsonaro juraram cumprir há três semanas.
Por isso o decreto de Mourão deve ser derrubado.
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