Aécio, o avião de Campos e o silêncio de Gilmar

A Odebrecht e o grupo Petrópolis eram donos de um banco no exterior, o Meink Bank, com o único objetivo de realizar pagamentos políticos. E um dos nomes que surge como beneficiário é o do senador Aécio Neves. R$ 1,6 milhão em 2010 para ele e para o PSDB

A Odebrecht e o grupo Petrópolis eram donos de um banco no exterior, o Meink Bank, com o único objetivo de realizar pagamentos políticos. E um dos nomes que surge como beneficiário é o do senador Aécio Neves. R$ 1,6 milhão em 2010 para ele e para o PSDB
A Odebrecht e o grupo Petrópolis eram donos de um banco no exterior, o Meink Bank, com o único objetivo de realizar pagamentos políticos. E um dos nomes que surge como beneficiário é o do senador Aécio Neves. R$ 1,6 milhão em 2010 para ele e para o PSDB (Foto: Voney Malta)


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A Odebrecht e o grupo Petrópolis eram donos de um banco no exterior, o Meink Bank, com o único objetivo de realizar pagamentos políticos. E um dos nomes que surge como beneficiário é o do senador Aécio Neves. R$ 1,6 milhão em 2010 para ele e para o PSDB.

Caso surgiu quando foram apreendidas as planilhas da Odebrecht na Operação Xepa, uma das fases da Lava Jato. Os indícios são de que, entre 2008 e 2014, a construtora distribuiu cerca de US$ 117 milhões. Doação foi feita ao senador no ano em que ele concorreu ao Senado. Aécio já declarou que as doações foram legais e declaradas ao TSE.

E dando continuidade às revelações sobre o financiamento de campanhas, partidos e políticos – todos providos por empresas que têm negócios com o poder público – a Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (21) a Operação Turbulência em Pernambuco e Goiás contra um grupo especializado em lavagem de dinheiro.

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E tudo começou a partir de análises de movimentações suspeitas nas contas das empresas envolvidas na compra de aeronave que transportava o presidenciável Eduardo Campos, em seu acidente, em agosto de 2014. A PF teria constatado que as empresas eram de fachada e em nome de laranjas.

Tais empresas são suspeitas de relação direta com outras construtoras investigadas na Lava Jato. E o dinheiro que transitava servia para pagamento de propina de caixa dois de empreiteiras.

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Surpresa?

Nenhuma.

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Esse é o mundo real da política brasileira desde metade do século passado e agora revelado e comprovado para que todos tomem conhecimento. Poucos partidos e indivíduos escapam.

A única surpresa é o silêncio, nos últimos meses, do ministro do STF Gilmar Mendes. Quando todo o foco das revelações, das delações e das gravações legais e ilegais divulgadas era contra membros do PT, lá vinha ele com duras críticas e ataques em entrevistas.

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Bastou que aparecessem os nomes de Aécio, Serra, e de outros do PSDB, para que o ministro optasse pelo silêncio. Assim como os dos membros do PMDB, casos de Temer, Renan, Padilha, Jucá, entre outros.

No governo provisório de Temer até o dono de um helicóptero flagrado pela polícia com cerca de 400 quilos de cocaína foi indicado para um cargo. Trata-se do ex-deputado Gustavo Perrella, filho do senador tucano Zezé Perrela (MG), na Secretaria de Futebol do Ministério do Esporte.

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Portanto, Fala Gilmar Mendes, que eu te escuto!

Tô com uma saudade daquela voz grossa e indignada responsabilizando e acusando antes de julgar.

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Fala Gilmar. Vai que é tua!

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