Aécio Neves é o Corvo e o diabo é hipócrita — Lula e outros acontecimentos
Aécio Neves incorporou o espírito do político udenista e golpista, Carlos Lacerda, que, no decorrer de quase 30 anos, infernizou a política brasileira, em tentativas sucessivas de efetivar golpes de estado contra presidentes trabalhistas, a exemplo de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart
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"O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém". (William Shakespeare)
O senador e presidente do PSDB, Aécio Neves, certamente se tornou o político mais perigoso, bem como o mais raivoso e rancoroso do Brasil. O tucano encolerizado e inconformado, por causa da derrota para Dilma Rousseff nas eleições presidenciais de 2014, não se importa com nada nos dias de hoje em relação à estabilidade democrática e institucional, a não ser se preocupar em liderar a derrubada da presidente trabalhista o quanto antes, independente de qualquer coisa, fato ou questão. Para Aécio, o País fica em segundo plano, assim como o equilíbrio entre os poderes da República e a subordinação e obediência aos ditames da Constituição.
Aécio Neves incorporou o espírito do político udenista e golpista, Carlos Lacerda, que, no decorrer de quase 30 anos, infernizou a política brasileira, em tentativas sucessivas de efetivar golpes de estado contra presidentes trabalhistas, a exemplo de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart. O feroz e autoritário golpista da UDN, depois governador da Guanabara, aprontou tanto que cooperou, sem sombra dúvidas, para o suicídio de Getúlio, para as tentativas de desmoralização de JK, e, finalmente, para a queda, o exílio e a morte de Jango, que somente pôde entrar no Brasil para ser sepultado em São Borja, cidade gaúcha e berço do trabalhismo, onde também estão sepultados Getúlio Vargas e Leonel Brizola.
As ações golpista perpetradas por Carlos Lacerda renderam-lhe o apelido de "O Corvo", pois não poderia ser de outra forma, já que há décadas Lacerda incendiava o País, a fim de impedir que mandatários trabalhistas governassem, como acontece hoje com a presidenta Dilma Rousseff, que se vê impedida de trabalhar, bem como de efetivar os programas e os projetos de Governo. Projetos que tem por finalidade transformar o Brasil em um País independente, além de dar continuidade ao importante trabalho de desenvolver a economia brasileira, assim como fazer com que o povo tenha acesso a uma vida de melhor qualidade, como ocorreu nos dois governos de Lula e nos primeiros três anos da administração de Dilma. Uma chefe de Governo e de Estado que até junho de 2013, quando ocorreram as manifestações de junho, a mandatária tinha 60% de aprovação popular e o País trilhava um caminho seguro de desenvolvimento social e econômico.
A partir dessas manifestações promovidas, primeiramente por um grupelho infanto-juvenil de esquerda, o tal de Movimento Passe Livre (MPL), que acendeu o rastilho de pólvora, que explodiu em todo tipos de violência e atentados contra os patrimônios público e privado, porque, vestidos de preto e encapazudos, partiram para uma violência sem precedentes, mas aproveitada, devidamente e oportunamente, pela direita mais fascista deste País, que anos dormitava, em sono profundo, até saírem de suas tumbas e criptas.
Começaram a soltar seus diabos e a repercutir suas diatribes, que hoje se manifestam em forma de golpe de estado, com as pessoas, que pensam diferente da extrema direita serem sujeitadas a todo tipo de intolerância e agressão verbal e física, em lugares públicos e privados, como as ruas e os restaurante, por exemplo. A resumir: quem ressuscitou os fascistas foi a esquerda em forma e modo juvenil por causa de R$ 0,20 centavos de aumento das passagens de ônibus.
Essa esquerda inconsequente e inexperiente se retirou e deixou no lugar dela a direita fascista, de índole golpista e herdeira dos direitistas violentos de 1964. E deu no que deu: quase três anos de inquietações, golpes, que transformaram o Brasil em uma seara de conflitos sem fim, que causam enormes prejuízos econômicos ao País, bem como submetido à crise política somente comparáveis em dramaticidade nos episódios da morte de Getúlio e da queda de Jango.
A partir de 2013, com os eventos dos protestos no mês de junho, o Brasil parou e se deparou com uma oposição partidária de direita extremamente intolerante e encolerizada, que não desce do palanque, porque não aceitou, de forma alguma, a quarta derrota eleitoral para o PT de Lula, por ser antidemocrática e que ainda conta com o apoio do grande empresariado aboletado na Fiesp e na Firjan.
Por seu turno, os governos democráticos do PT sofrem, diuturnamente, com uma campanha feroz e insidiosa por parte da imprensa da casa grande — a maior fomentadora da crise política e responsável pelas manipulações midiáticas, que tem sempre por finalidade promover o golpe contra as instituições e as lideranças do PT, que estão sob fogo cerrado por parte de promotores, juízes e delegados que teimam em fazer política, inconvenientemente e despudoradamente, ao tempo que blindam e protegem os políticos do DEM e do PSDB, a exemplo de Aécio Neves.
O político tucano e playboy do Rio de Janeiro já foi citado quatro vezes na Operação Vaza Jato por três delatores. E nada acontece, a não ser o senador tucano, denunciado e acusado de cometer inúmeras corrupções ter a cara de pau de pedir a derrubada da presidenta Dilma Roussef do poder e ainda ter os desplante de criticar duramente o ex-presidente Lula, que, na verdade, não responde por quaisquer crimes na Justiça.
Mesmo assim, Lula está a ser perseguido desrespeitosamente e sistematicamente pelo sistema judiciário de origem paranaense e ligado ao PSDB, que, inclusive, determinou que a Polícia Federal o conduzisse coercetivamente de sua casa para o aeroporto de Congonhas. Na verdade, Lula foi sequestrado e preso por quatro horas, e a intenção era levá-lo para as masmorras da Vara do juiz de primeira instância, Sérgio Moro. Porém, o tiro saiu pela culatra.
Contudo, a direita extremada e perigosa à estabilidade institucional não desistiu de seus intentos político-partidários e, certamente, vai armar outras armadilhas para que Lula seja desmoralizado, desqualificado e desconstruído e, com efeito, inviabilizado como candidato a presidente do Brasil em 2018. Sérgio Moro representa, pela primeira vez no Brasil, os coxinhas de classe média e reacionários no poder. Os coxinhas de direita, historicamente complexados e colonizados, a participar da política como protagonistas e não mais como coadjuvantes.
A meganhagem da PF invadiu o Instituto Lula (o que não faria na casa de um cidadão comum), além de ter quebrado e bagunçado várias salas, armários e gavetas, arrombado porta, assim como sequestrou a senha do sistema de informática da entidade, que ora está nas mãos de policiais meganhas, que parecem muito com seus colegas do passado, que serviram ao Dops e ao DOI-Codi. Arbitrariedade e desrespeito na veia contra uma das figuras políticas mais proeminentes do mundo e a mais importante do Brasil e da América Latina. Durma-se com um barulho desses. O desrespeito e a covardia perpetrados contra o líder trabalhista é também contra o povo brasileiro.
A mídia de magnatas bilionários que dissemina e publica suas manchetes por meio das ações sempre criminosamente vazadas pelo MP dos procuradores obsessivos quando se trata do PT, pela Justiça Mourinha e pela PF aecista, que, simplesmente e absurdamente, atucanaram-se, a terem ainda como consumidores de suas notícias manipuladas, quando não mentirosas, os coxinhas paneleiros de classe média, que se alimentam de ódio e de preconceitos, heranças de seus ancestrais conservadores, individualistas e que sentiam orgulho de serem colonizados ao tempo que sectários e egoístas com seus empregados.
E deu no que deu: tentativas sistemáticas de golpes ao ponto de o Brasil estar paralisado, porque existe uma parcela da sociedade que deseja apear, de qualquer maneira, a presidenta Dilma Rousseff do poder, mesmo que o povo brasileiro seja prejudicado em seus interesses de melhorar de vida, porque este País, com uma hipotética queda de uma mandatária constitucional, pois legitimamente eleita, entraria em um duro processo de confrontos de ordem política, inclusive com batalhas nas ruas, em uma crise que levaria décadas para ser estancada e cicatrizada, como ocorre até hoje em relação ao golpe de 1964.
Golpe de Estado é sinônimo de retrocesso e de atraso social e econômico, ainda mais quando se é derrubado um mandatário constituído pela força e soberania das urnas. Golpe é antagônico à paz social e política. A economia fica paralisada, a pobreza aumenta, assim como a violência também. A burguesia não se importa, porque ela é rica e seus filhos vão morar no exterior. A casa grande simplesmente quer manter o Brasil como sua fazenda, a fim de angariar lucros estratosféricos e depois passar temporadas nos países que ela admira e não se importa de ficar no papel de subalterna, pois o que importa apenas para os burgueses é ter dinheiro para gastar à vontade.
Por isso que gente da estirpe de Aécio Neves e da família Marinho, por exemplo, está pouco a se lixar se o golpe de estado, se vier a se sacramentar, vai atrasar o País em um retrocesso sem precedentes, além de uma guerra que não se sabe como vai terminar. A verdade é que não termina, porque milhões de brasileiros sabem discernir o que é justo do que é injusto, realidade esta que vai servir como combustível para o enfrentamento político no Congresso e nas ruas de todo o Brasil. Derrubar Dilma e prender Lula, dois presidentes trabalhistas do maior partido do Brasil seria uma temeridade e um ajusta de contas por parte da direita inconformada e golpista sem precedentes na história deste País.
O senador tucano Aécio Neves é o Corvo e o diabo é hipócrita. Para o senador tucano, que tem como fonte de informações a revista IstoÉ, o senador Delcídio Amaral entrou em acordo com a República Mourinha da Província do Paraná e delatou a presidente Dilma Rousseff por se beneficiar do dinheiro da Petrobras para financiar sua campanha eleitoral. Até agora Delcídio não confirmou ter firmado acordo de delação premiada. Pelo contrário, negou tal atitude por parte dele. A IstoÉ armou essa matéria digna de imprensa de esgoto para criar um álibi e prender Lula, como ocorreu no fatídico 4 de março.
Todavia, o jogo virou, porque está a se espalhar que a suposta delação de Delcídio inclui o nome de Aécio Neves, que já foi citado, no âmbito da Operação Lava Jato, quatro vezes por três pessoas diferentes, mas mesmo assim o senador do PSDB jamais foi importunado pelos "Intocáveis" da Vara de Sérgio Moro — o juiz de primeira instância que rasgou a Constituição e até agora deixou calados os juízes do STF, com exceção de Marco Aurélio de Mello. E por que este tratamento diferenciado? Respondo: Porque no Brasil, até este momento, os demotucanos são i-nim-pu-tá-veis! O restante da população é considerada de segunda classe.
Ao saber que supostamente seu nome foi citado por Delcídio Amaral, Aécio publicou vídeo na internet, a negar tudo e a acusar o PT de estar por trás das acusações imputadas a ele. A resumir: pimenta nos olhos dos outros é refresco. E por quê? Porque as acusações contra Dilma valem e são tratadas por Aécio Neves e seus aliados da oposição e da imprensa de tradição golpista como verdadeiras. Porém, quando se trata dele as mesmas acusações supostamente provenientes da mesma pessoa não tem validade e nem credibilidade. Trata-se da hipocrisia em toda sua plenitude e do cinismo em toda sua amplitude.
Realmente, vale relembrar Shakespeare: "O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém". Trata-se do caso de Aécio Neves, que já está a fazer apologias às manifestações contra o Governo Dilma e, evidentemente, a ter o Lula como alvo dos coxinhas de direita, que não aceitam a democracia e detestam ver os pobres melhorar de vida. Essa gente vai se esbaldar com as camisas de Seleção Brasileira, com algumas mulheres a mostrar os peitos, além de bonecos de Lula com roupa de presidiário, sendo que o líder trabalhista não responde a inquéritos, não é acusado de crimes e em suas contas não existe dinheiro de origem ilegal.
Luiz Inácio Lula da Silva não é réu, mas pode vir a ser, pois está a ser perseguido pelo procurador da Veja, Cássio Conserino (MPSP/PSDB), que, muitos antes de perseguir o político do PT, deu declarações com juízo de valor ao acusar Lula em uma revista de extrema direita como a Veja — a Última Flor do Fáscio. Tal procurador tucano deu, inacreditavelmente, declarações a julgar o ex-presidente antes de ouvi-lo. Lula ficou a saber das (más) intenções de Conserino por meio de uma revista reconhecidamente inimiga dos governos e das lideranças do Partido dos Trabalhadores. Só no Brasil mesmo um servidor público ousa e se atreve tanto em atuar e agir politicamente, quando deveria ser afastado, investigado e, quiçá, demitido para o bem do serviço público.
O golpe de estado da República da Vara do Moro quer se viabilizar, mas vai ter reação nas ruas e nos foros oficiais do Direito, da política e da sociedade civil organizada, bem como setores e segmentos importantes do mundo internacional vão se mobilizar para denunciar o golpe de estado (do Paraná), associado aos jornalistas de direita que fazem a parte de seus patrões — os herdeiros dos golpistas de 1964. Aécio Neves brinca com fogo, e, tal qual a Carlos Lacerda, transforma-se, irremediavelmente, em Corvo. Notícias ruins e castigos vem a galope. A história vai julgá-lo e guarda-lhe um lugar ao lado de Lacerda. É isso aí.
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