Advogado explica porque resistir é preciso

Em entrevista ao 247, advogado Inocêncio Uchôa, uma das mais destacadas personalidades da luta democrática do Ceará, afirma que não há base legal para as tentativas de impeachment da presidente Dilma e dá um conselho para a presidenta: "resista com altivez. O povo saberá defendê-la."

Em entrevista ao 247, advogado Inocêncio Uchôa, uma das mais destacadas personalidades da luta democrática do Ceará, afirma que não há base legal para as tentativas de impeachment da presidente Dilma e dá um conselho para a presidenta: "resista com altivez. O povo saberá defendê-la."
Em entrevista ao 247, advogado Inocêncio Uchôa, uma das mais destacadas personalidades da luta democrática do Ceará, afirma que não há base legal para as tentativas de impeachment da presidente Dilma e dá um conselho para a presidenta: "resista com altivez. O povo saberá defendê-la." (Foto: Paulo Moreira Leite)


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 Um seminário anunciado para as 19 horas de hoje, na Casa Amarela, na Universidade Federal do Ceará, reune dois cidadãos  respeitáveis da luta democrática dos brasileiros.  Um deles é João Pedro Stédile, líder do MST e uma personalidade de atuação mundial, interlocutor inclusive do Papa Francisco.

O outro é o advogado Inocêncio Rodrigues Uchôa, um dos dos fundadores do Movimento Democracia Participativa, que organiza o seminário de hoje e  reune lideranças populares de Fortaleza que tem se destacado no combate às tentativas de promover  um golpe contra a presidente Dilma Rousseff. Militante trotskista na década de 1968, quando era um dos principais lideres do movimento estudantil no Ceará, Inocêncio foi julgado e preso pela ditadura, passou uma década na clandestinidade e com a democratização, teve um papel destacado nas lutas populares do Estado. Foi advogado de uma dezena de sindicatos, inclusive dos bancários, o maior de Fortaleza. Também foi um destacado defensor dos mutuários do Banco Nacional da Habitação, o falecido BNH, ameçados de perder suas economias num dos desastres econômicos do regime militar. Juiz do trabalho aposentado, Inocêncio Uchôa teve uma cadeira no Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social durante o primeiro governo Lula. Ele deu a seguinte entrevista ao 247:  

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Você é um militante antigo das lutas do povo brasileiro. Viveu 1964, 1968, a chegada do AI-5, a democratização. Como vê o momento atual?

Temeroso de perder os avanços conquistados a partir da reinstalação da democracia, que também vejo ameaçada como uma planta que não foi devidamente cultivada.

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Um número respeitável de juristas diz que não há base para um impeachment da presidente Dilma Rousseff. Não espanta que um partido como o DEM, herdeiro da Arena do regime militar, esteja mobilizado para depor a presidente, eleita num pleito legítimo. Você estranha a atuação do PSDB nesse processo?

E não há mesmo base legal para um impeachment. Mesmo no caso de reprovação das contas de 2014, pelo TCU. Tal reprovação pode até torná-la inelegível o próximo pleito, mas não serve de base legal para o afastamento no presente mandato.  Mas precisamos reconhecer que o  DEM fala de cátedra quando se trata de golpe. Não seria diferente com o governo da presidenta Dilma. Pensávamos que o governo FHC tinha sido o máximo desastre possível, mas nos últimos anos os tucanos conseguiram bater seu próprio recorde, indo muito além do imaginável em termos de falta de ética na política, e de compromisso com os interesses do Brasil e do seu povo.

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 Por que é importante assumir uma proposta de defesa de democracia, neste momento?

 A proposta central do MDP é demonstrar que a democracia não é um valor imutável no tempo e no espaço, ela deve ser cultivada diuturnamente para se manter viva e não cair frente às investidas da direita fundamentalista. A história recente é recheada de exemplos, como a Alemanha e a Italia, antes da segunda guerra mundial, e do Brasil, em 1964.   

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Qual conselho o senhor daria  à presidente Dilma Rousseff?

Resista com altivez. Verá  que o povo saberá defendê-la. 

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Hoje, vocês vão debater corrupção e reforma política com João Pedro Stédile. Quando a importância dele na conjuntura atual?

Mais do que dirigente de um imenso contingente de trabalhadores rurais brasileiros, o João Pedro Stédile fez-se portavoz mundial de um pensamento político que tem em sua centralidade os oprimidos de todos os cantos do mundo.

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