Acordo Mercosul — UE: Bolsonaro arregou para europeus
Um dos pilares do discurso deste governo é o isolacionismo com o discurso antiglobalista, com alinhamento incondicional aos EUA, conforme pregado pelo guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, e repetido como mantra pelo lunático ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo
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A assinatura do acordo do Mercosul com a União Europeia certamente deve ter sido um ato de desespero de Bolsonaro por pressão do agronegócio brasileiro. Senão vejamos: um dos pilares do discurso deste governo é o isolacionismo com o discurso antiglobalista, com alinhamento incondicional aos EUA, conforme pregado pelo guru de Bolsonaro, Olavo de Carvalho, e repetido como mantra pelo lunático ministro de Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo. Por isso, a assinatura deste acordo representa uma grande contradição. Em seis meses no poder o atual governo anunciou através do Ministério da Agricultura a liberação de mais de 200 tipos de agrotóxicos que são proibidos na Europa. E aí como fica?
O fato é que malandramente Bolsonaro já tenta capitalizar o acordo que permite transações comerciais entre o Mercosul (Argentina, Brasil,Paraguai e Uruguai) com a União Europeia, o que vai zerar tarifas para importantes produtos agrícolas exportados pelo Brasil, como suco de laranja, frutas e café solúvel. Haverá ainda cotas para a venda de carnes, açúcar e etanol. Essencialmente, um acordo que só vai ser bom para o agronegócio.
O acerto também vai reconhecer como distintivos do Brasil vários produtos como cachaças, queijos, vinhos e cafés. Com isso, serão fixadas uma série regras, padrões e compromissos em diversas áreas, como em propriedade intelectual e Meio Ambiente.
Agora como fica o liberou geral tão decantado por seu ministro Ricardo Salles para o Meio Ambiente e para áreas de proteção indígena, propondo a abertura total da Amazônia para exploração exclusiva para os EUA?
Aliás, Salles aos quatro cantos diz que existe muita fiscalização no Brasil; e Este acordo vem sendo negociado há mais de 20 anos.
A chanceler alemã Angela Merkel, no dia 27 de junho, havia dito que iria passar um “pito” em Bolsonaro para esclarecer sobre o desmatamento de florestas, e Emmanuel Macron, presidente francês ameaçou o fim de qualquer acordo comercial com o Brasil, caso Bolsonaro decidisse sair do Acordo Climático de Paris. Acordo esse que Bolsonaro disse que o Brasil deixaria de integrar logo no início de seu governo. Vale lembrar que o Itamaraty cancelou o a participação do Brasil como sede da COP 25 (Conferência do Clima das Nações Unidas) neste ano de 2019. O encontro será realizado no Chile entre 11 e 22 de novembro.
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