Ação policial nas universidades objetiva manter o povo ignorante

Para o colunista Ribamar Fonseca, a ação da Polícia Federal na UFMG, que levou coercitivamente o reitor Jaime Arturo Ramirez, entre outros dirigentes e ex-dirigentes da instituição, "uma repetição da violência praticada também contra a Universidade Federal de Santa Catarina – que culminou com a morte do reitor Carlos Cancellier – parece indicar efetivamente, como denunciou o senador Roberto Requião, uma operação planejada para abrir caminho à privatização das universidades públicas"; "O governo Temer decidiu ampliar o leque de ataques privatizacionistas às escolas públicas de nível superior, (...) pois é preciso matar na fonte, ou seja, nas escolas, a pretensão de brasileiros que amam este país de torna-lo uma grande Nação"

Para o colunista Ribamar Fonseca, a ação da Polícia Federal na UFMG, que levou coercitivamente o reitor Jaime Arturo Ramirez, entre outros dirigentes e ex-dirigentes da instituição, "uma repetição da violência praticada também contra a Universidade Federal de Santa Catarina – que culminou com a morte do reitor Carlos Cancellier – parece indicar efetivamente, como denunciou o senador Roberto Requião, uma operação planejada para abrir caminho à privatização das universidades públicas"; "O governo Temer decidiu ampliar o leque de ataques privatizacionistas às escolas públicas de nível superior, (...) pois é preciso matar na fonte, ou seja, nas escolas, a pretensão de brasileiros que amam este país de torna-lo uma grande Nação"
Para o colunista Ribamar Fonseca, a ação da Polícia Federal na UFMG, que levou coercitivamente o reitor Jaime Arturo Ramirez, entre outros dirigentes e ex-dirigentes da instituição, "uma repetição da violência praticada também contra a Universidade Federal de Santa Catarina – que culminou com a morte do reitor Carlos Cancellier – parece indicar efetivamente, como denunciou o senador Roberto Requião, uma operação planejada para abrir caminho à privatização das universidades públicas"; "O governo Temer decidiu ampliar o leque de ataques privatizacionistas às escolas públicas de nível superior, (...) pois é preciso matar na fonte, ou seja, nas escolas, a pretensão de brasileiros que amam este país de torna-lo uma grande Nação" (Foto: Ribamar Fonseca)


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A ação da Polícia Federal na Universidade Federal de Minas Gerais, uma repetição da violência praticada também contra a Universidade Federal de Santa Catarina – que culminou com a morte do reitor Carlos Cancellier – parece indicar efetivamente, como denunciou o senador Roberto Requião, uma operação planejada para abrir caminho à privatização das universidades públicas. O governo Temer, que tem o controle de instituições como o Ministério Público e a Polícia Federal e vem promovendo o desmonte de todas as conquistas sociais alcançadas ao longo dos anos, decidiu ampliar o leque de ataques privatizacionistas às escolas públicas de nível superior. Não basta a gradativa privatização fatiada da Petrobrás, com a entrega do pré-sal para as empresas estrangeiras, nem a operação para privatizar a Eletrobrás, pois é preciso matar na fonte, ou seja, nas escolas, a pretensão de brasileiros que amam este país de torna-lo uma grande Nação. Dificultando o acesso do povo pobre ao ensino superior, mantendo-o ignorante, é mais fácil controlá-lo. Se depender desse governo, portanto, o Brasil voltará à humilhante condição de colônia dos Estados Unidos.

Parece não haver dúvidas de que as operações policiais nas universidades contemplam interesses econômicos de grupos, nacionais e internacionais, que investem no ensino privado. Com a participação de parcela do Ministério Público e do Judiciário, além da cumplicidade da mídia, a Policia Federal certamente vem atuando com o devido conhecimento e autorização dos Ministros da Justiça e da Educação, Torquato Jardim e Mendonça Filho, respectivamente, pois se não soubessem e não tivessem autorizado ambos estariam sem autoridade e desmoralizados. Por sua vez eles devem cumprir determinação do presidente golpista que, obviamente, não seria pego de surpresa com uma ação que agravará a sua imagem, já tão desgastada, diante do povo. Temer, na verdade, que não recebeu um voto sequer para Presidente, ao atacar os diversos setores da vida do país, destruindo as conquistas da sociedade para atender interesses de grupos econômicos, está cumprindo compromissos assumidos com as forças que promoveram o golpe e o colocaram no Palácio do Planalto. Entre essas forças está o PSDB, que já declarou publicamente, através dos seus principais líderes, que a agenda do governo Temer é a mesma dos tucanos.

Na verdade, essa agenda seria cumprida pelo senador Aécio Neves, se fosse eleito em 2014, mas o povo decidiu mudar os planos tucanos reelegendo Dilma. Convencidos de que não chegariam ao poder tão cedo através das urnas, os tucanos decidiram, então, arquitetar o golpe com a ascensão de Temer, mas condicionaram seu apoio ao cumprimento da sua agenda, que tem como base a privatização, se possível, até do ar que respiramos. O tucano-mor, o ex-presidente FHC, que abraçou a candidatura Aécio com um discurso anti-corrupção que foi obrigado a mudar diante das trapalhadas do senador mineiro, já mudou de candidato várias vezes na tentativa de encontrar aquele que tenha condições de eleger-se: primeiro foi Aécio, depois Dória, em seguida Luciano Huck e agora ele terá de engolir Alckmin. Com esse discurso de desembarque do governo Temer, mas com a manutenção do apoio à sua agenda reformista, no entanto, o PSDB não conseguirá sequer chegar ao terceiro lugar na corrida sucessória. Os tucanos terão de conformar-se com mais uma derrota nas urnas, a não ser que consigam mudar as regras do jogo e conquistem o poder mediante um segundo golpe, o que já vem sendo tramado nos subterrâneos da política.

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Como sabem que não impedirão Lula de voltar ao poder através das manobras de magistrados golpistas, que podem ser anuladas pelas instâncias superiores, independente do levante popular – em última hipótese ele indicaria um candidato com a certeza de vitória nas eleições de 2018 – os tucanos já tramam, junto com peemedebistas, a implantação de novo sistema de governo cujo poder não dependa inteiramente do voto popular. O semi-presidencialismo e o parlamentarismo estão entre os sistemas em discussão, o que daria ao PSDB a possibilidade de fazer o primeiro ministro. Ninguém sabe, porém, até quando o povo, massacrado pelo governo Temer com o apoio dos tucanos e a participação da Lava-Jato, vai continuar assistindo apático às suas medidas destruidoras sem sair às ruas. O caldeirão, que já está em ebulição, ampliada com as ações policialescas contra as universidades, poderá explodir com a eventual aprovação da reforma da Previdência, cuja votação já foi marcada para o próximo dia 18. Essa votação pode ser o pingo dágua que falta para esgotar a paciência da população, sobretudo a classe pobre, que está voltando ao fogão a lenha por não mais poder comprar o gás.

Na realidade, não se consegue entender como um presidente sem voto, como Temer, promove no país a destruição que nem a ditadura militar ousou fazer, com a cumplicidade da parte podre do Congresso e da mídia, além da conivência disfarçada do Judiciário e do Ministério Público. E mais estranho ainda é que o ex-presidente Fernando Henrique, que chegou a sugerir a renúncia a uma Presidenta eleita por mais de 54 milhões de brasileiros, não faça a mesma sugestão a Temer, que ocupa a Presidência sem um único voto. Para alguns brasileiros mais indignados com essa situação em que mergulharam o país, onde a Constituição é afrontada e as garantias individuais são suprimidas, somente com um presidente como Erdogan, da Turquia, seria possível colocar toda essa camarilha na cadeia e recuperar efetivamente o país: o presidente turco prendeu todos os que conspiraram contra o seu governo, inclusive magistrados. Isso não acontecerá no Brasil, no entanto, porque Lula, que vencerá as próximas eleições, é um conciliador. Ele já acenou até para os batedores de panela, que hoje estão escondidos, envergonhados e sofrendo as consequências das ações deletérias de um governo golpista que ajudaram a colocar no poder.

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