Abram alas para o bloco dos terrivelmente arrependidos

'Não há entre os terroristas presos, amadores e profissionais, nenhuma manifestação que possa sugerir arrependimentos', alerta o colunista Moisés Mendes

(Foto: Marcelo Camargo/ABr)


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Está nas ruas desde o início de novembro, e agora fica apenas mais intenso, o Carnaval dos manezões que abandonaram os manezinhos presos em Brasília.

Grandes líderes dos patriotas da Papuda cantam as marchinhas da democracia, da paz e do amor incondicional.

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Abandonaram as fantasias de farsantes nacionalistas verde-amarelos e vão pular até o amanhecer, enquanto tentam se aproximar de Lula, do Supremo e de quem puder ajudá-los.

Sabe-se que muitos desses arlequins já encaminharam, além dos apelos públicos, pedidos particulares de trégua levados por emissários que entram no Planalto.

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Não são os políticos com mandato e sem convicção alguma, que oferecem apoio em troca de alguma coisa, como sempre fizeram. Esses não precisam de emissários nem pedem perdão.

São os manezões com poder econômico de fora das estruturas institucionais, os grandões envolvidos há muito tempo com o golpismo e que têm relação direta, orgânica e de fidelidade com Bolsonaro.

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O líder deu a senha, desde Orlando, aos que ainda não se arrependeram e devem se arrepender logo. Que façam o que ele vem tentando fazer.

Que digam, como ele disse ao Wall Street Journal, que se arrependem do que disseram como negacionistas na pandemia. Que nunca mais falarão besteiras.

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E, segundo a nova estratégia, que parem de falar mal do sistema eleitoral e de atacar o TSE e Alexandre de Moraes.

E assim os terrivelmente arrependidos vão ficando dóceis e largando os manezinhos nas celas calorentas de Brasília. A prioridade é cuidar das suas ricas vidas e dos seus negócios complicados.

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É um bloco não muito homogêneo, mas com um talento em comum: todos se consideram aptos a enrolar políticos, bajular Lula e, quem sabe, obter tratamento mais cordial do sistema de Justiça.

O criminoso arrependido busca atenuantes, porque perdeu a eleição, teme a invertida e diz estar agora no mesmo navio com Lula, na torcida para que não seja jogado ao mar.

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O estranho é que o comportamento covarde dos que se encolheram e se calaram não se repete entre os que foram por eles incitados às ações do 8 de janeiro.

Não há entre os terroristas presos, amadores e profissionais, nenhuma manifestação que possa sugerir arrependimentos.

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Os advogados têm dito que eles não quebraram nada e que a maioria estava apenas olhando de longe. Mas não há recuos.

O manezinho preso insiste que estava somente expressando posição política, na linha da tese da mestra de Direito, criminalista, constitucionalista e jurista Janaína Paschoal, a professora que pode ficar sem alunos na USP.

Há entre os manezinhos queixas pelas celas desconfortáveis, apelos pelo socorro dos direitos humanos e pedidos para que elas e eles sejam transferidos para seus Estados.

Mas não se lê em lugar algum nada parecido com arrependimento ou pedido de clemência.

A coerência dos manezinhos, que falta aos manezões dos blocos de sujo, faz com que, se fossem soltos às vésperas do Carnaval, os terroristas presos dificilmente conseguiriam entrar no trenzinho dos golpistas arrependidos.

Os manés passam a pertencer a outro bloco, o do salve-se como puder quem ainda se mantiver fiel às suas convicções golpistas.

Passaremos o ano às voltas com as expectativas criadas pela derrota da extrema direita, sua capacidade de rearticulação e seus pedidos cínicos de trégua diante das reações das instituições.

Não há muito o que fazer a não ser torcer para que a ressaca dessa gente seja devastadora e que na Quaresma a turma da Papuda seja reforçada.

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