ABI sedia ato em defesa da soberania e da Petrobras

"Na próxima quinta-feira, dia 12, o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) sediará o 'Ato em Defesa da Petrobras, do Desenvolvimento e da Soberania'. A iniciativa é de entidades tais como: o Clube de Engenharia, a OAB, a própria ABI, Centrais Sindicais como a CUT", informa a jornalista Denise Assis, que conversou com o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestinio

(Foto: REUTERS/Paulo Whitaker)


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Por Denise Assis, para o Jornalistas pela Democracia 

Na próxima quinta-feira, dia 12, o auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) sediará o “Ato em Defesa da Petrobras, do Desenvolvimento e da Soberania”. A iniciativa é de entidades tais como: o Clube de Engenharia, a OAB, a própria ABI, Centrais Sindicais como a CUT, associações de funcionários de estatais e outras instituições, que irão protestar contra as já anunciadas privatizações, e toda a dilapidação do patrimônio público empreendida pelo (des) governo de Jair Bolsonaro.

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Em conversa com o 247, o presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino, adiantou a sua fala. Prometeu destacar o antagonismo entre a visão entreguista de Brasil, dos que estão no poder, e a defendida pelos que torcem por um país desenvolvido.  

“Há um embate de no mínimo nove décadas em torno desse tema, seguido de perto, primeiramente pela Inglaterra, depois pelos Estados Unidos. Este é um problema que vem desde Campos Salles (Manuel Ferraz de Campos Salles quarto presidente do Brasil, de 1841a1913). Veja que nesta época se dizia que a nossa gente era uma raça inferior e não dava conta de levar o país ao progresso. Ao longo dos anos perdeu-se o viés racista, mas se manteve o discurso da incapacidade de nos desenvolvermos. Seja por carência de capital, seja por carência de tecnologia. É um embate histórico”, reforça. Pedro lembra, porém, que a Petrobras ocupa um papel estratégico na área de produção de petróleo, exatamente pela nossa capacidade de desenvolver pesquisas como as de prospecção do petróleo em águas profundas.

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O presidente do Clube de Engenharia vê um “verdadeiro desmonte” no que está acontecendo na Petrobras, e o define: “é como se fosse uma alcachofra. Vão desmontando. Vendem gasodutos, vendem campo de petróleo, agora também as refinarias. Vai ficar a Petrobras no osso, produzindo petróleo bruto para exportar como qualquer país colonial, quando nós já tínhamos autossuficiência em termos de refino desde a década de 1970. Há quase cinquenta anos o Brasil é autossuficiente em refino de petróleo.”

Celestino ressalta que nós construímos uma cadeia produtiva com empresas nacionais e estrangeiras, responsáveis pela criação de 800 mil empregos e pelo desenvolvimento de tecnologias únicas no mundo, o que levou a Petrobras a ganhar dezenas de prêmios internacionais no principal evento do setor, em Houston, no Texas”. Agora, lembra, a Petrobras está fazendo parcerias com empresas internacionais, transferindo esta tecnologia de exploração em águas profundas para elas, a custo zero, quando aqui levamos anos de estudo e investimentos em Ciência e Tecnologia para chegar a isto. Grifando a sua indignação, Pedro Celestino repisa: “esta tecnologia foi cedida, eu disse cedida, e não vendida para as grandes petroleiras do setor. Já tem empresas com domínio desta tecnologia, por conta de parcerias estratégicas entre aspas, estabelecidas pela Petrobras”.

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Celestino reconhece que o momento é de perplexidade e desmobilização, mas não perde o entusiasmo em defesa do patrimônio brasileiro: “O sindicalismo está sufocado desde as medidas aprovadas pelo Temer. A nossa única força é a palavra. A convicção de que temos de contar a história do nosso desenvolvimento e o sacrifício que sucessivas gerações em diferentes governos fizeram para que nós alcançássemos a condição de sermos uma das maiores economias do mundo. Quem sabe assim a população acorda e se coloca contra esse desmonte”.

No mesmo tom indignado, diz que o que está sendo feito é “desmontar as grandes conquistas econômicas e sociais das últimas décadas. Desgraçadamente o que mobiliza a população hoje não é esse desmonte, mas sim a luta pela sobrevivência. A questão da soberania é abstrata e distante da população. Ela não percebe a transferência do controle nacional para o controle estrangeiro. Ela vai perceber quando começar a elevação de preços e o aumento ainda maior do desemprego. Nós só vamos reverter esse desmonte quando a sociedade se der conta de que esse caminho é o da destruição”.  

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