Abaixo a censura no Twitter

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A quem interessa calar as vozes do Twitter?

Conviver com críticas é condição para qualquer governante e qualquer candidato numa democracia. Não aceitar que críticas sejam feitas ou divulgadas e, principalmente, perseguir quem o critica, é uma prática autoritária, que remete aos períodos mais sombrios da nossa História, nos quais se falava de lado e se olhava pro chão. Alguns políticos do PSDB parecem herdeiros dessa época.

Há cerca de dois anos, me empenhei para evitar a aprovação do Projeto de Lei do deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG), apelidado de AI-5 Digital, que buscava tipificar 12 crimes da internet e cerceava direitos dos usuários em nome de uma falsa sensação de segurança. Sua proposta foi rechaçada pelos ativistas da Internet Livre, para os quais não fazia sentido definir crimes e penas antes mesmo de se estabelecerem os direitos. A partir disso, ganhou corpo e estatura o Marco Civil da Internet, hoje uma realidade elogiada por especialistas de diversos países. Agora, é seu colega de partido e seu conterrâneo, o senador Aécio Neves, quem traz o tema de volta à pauta. E pela segunda vez neste ano.

Logo no início da campanha eleitoral, em março, Aécio protocolou duas ações na Justiça de São Paulo exigindo a remoção de links e perfis em sites de busca, como o Google, nos quais seu nome estaria relacionado ao uso de entorpecentes e ao desvio de dinheiro enquanto era governador. O novo alvo é o Twitter. Seus advogados centraram fogo em perfis que, segundo a ação, seriam robôs programados para difundir inverdades sobre sua carreira, ou militantes que receberiam dinheiro para atuar em rede e difamar o candidato, numa ação “orquestrada” para enterrar sua candidatura.

A acusação não se sustenta. Sigo e sou seguido por quase todos esses perfis e os acompanho há algum tempo, podendo atestar sua veracidade. Entre os processados, aparecem figuras razoavelmente conhecidas e blogs sérios como o Diário do Centro do Mundo, do jornalista Paulo Nogueira. Como tira-teima, sugiro procurar um a um e tirar as próprias conclusões. Infelizmente, alguns deles já sucumbiram diante do terrorismo institucionalizado. Segue a lista (e minha solidariedade):

@turquim5
@biacall8
@rodp13
@regisbeagalo13
@Romilton48
@rutger_hauer
@blogdomello
@Estradadomarrs
@freemaraih
@guidorezende
@shiwinha
@BomDiaVietna
@DCM_online
@AebrioNever
@Alexandrecct
@Amarlua
@Anisionogueira
@bleylacerda
@BlogdoMiro
@blogdopepe
@cabral7cabral
@carlosffrank
@carlosgrupon8
@cassiavf
@chinabhz
@Ciscozappa
@CrimeDeImprensa
@dionianjos
@doce_vicio
@Enfanaleao
@florencio1
@Gracieusabrito
@gzgozzi
@hallesclaudio
@jackblack733
@AecioPortodoTio
@jeansena
@joaocarlos2010
@joaoluciojr
@josecerra_
@Jronaldomacedo
@Lcmoura
@Liamabat
@Lucrjviola
@luizmuller
@mam_ma_
@maninholeite
@marcopoaaraujo
@Marcos_2014
@MarcosHrick
@michaelsantosjp
@midiacrucis
@moronazo
@pablovillaca
@Persiodias
@Politica_Santos
@Privatadocaribe
@rbene
@ReginaSalomo
@sejaditaverdade
@seontasa
@soldadonofront
@stellamendonca
@tarlouze
@vivamandela
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