A vitória de Crivella e a irrelevância da mídia

"O candidato do PRB Marcelo Crivella foi alvo de uma intensa campanha negativa da mídia no segundo turno, especialmente de O Globo e da revista Veja,  bem como de seu adversário, Marcelo Freixo, do PSOL. Sua eleição é uma evidência de que os meios de comunicação já não têm o mesmo poder de antigamente para construir e desconstruir candidaturas, e também da ineficácia das campanhas negativas como método de luta eleitoral", diz a colunista Tereza Cruvinel

Rio de Janeiro - O senador Marcelo Crivella (PRB) celebra em Bangu ao ser eleito para a prefeitura do Rio de Janeiro com vitória sobre Marcelo Freixo (PSOL), no segundo turno. (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Rio de Janeiro - O senador Marcelo Crivella (PRB) celebra em Bangu ao ser eleito para a prefeitura do Rio de Janeiro com vitória sobre Marcelo Freixo (PSOL), no segundo turno. (Fernando Frazão/Agência Brasil) (Foto: Tereza Cruvinel)


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O candidato do PRB Marcelo Crivella foi alvo de uma intensa campanha negativa da mídia no segundo turno, especialmente de O Globo e da revista Veja,  bem como de seu adversário, Marcelo Freixo, do PSOL. Sua eleição é uma evidência de que os meios de comunicação já não têm o mesmo poder de antigamente para construir e desconstruir candidaturas, e também da ineficácia das campanhas negativas como método de luta eleitoral. Ele chegou a perder alguns pontos mas não perdeu a liderança em nenhum momento, apesar do bombardeio permanente.

Ao longo do segundo turno sua ligação com a Igreja Universal do Reino de Deus foi explorada intensamente por Freixo. A Veja publicou na sexta-feira (21) uma edição especial para o Rio trazendo na capa "a foto que Crivella esconde há 26 anos".  Ele aparece na fotografia de frente  e de perfil segurando a plaquinha identificadora de quem está sendo fichado numa delegacia e confirmou depois que a ocorrência derivou de sua participação de uma tentativa de expulsão de invasores de um terreno da Igreja Universal. Já o furo do Globo foi dado por Lauro Jardim em sua coluna informar que Crivella foi citado pelo ex-diretor da Petrobrás e delator da Lava Jato Renato Duque, a quem pediu e recebeu ajuda em outra campanha eleitoral.

Crivella passou a denunciar os ataques dos veículos das Organizações Globo como parte de uma disputa comercial com a TV Record, controlada pelo bispo e seu tio Edir Macedo, da Igreja Universal, e recusou-se a participar de sabatina na TV Globo.   Freixo, a grande promessa da esquerda no segundo turno, fez o que geralmente  fazem os candidatos em sua posição, no esforço final desesperado  para virar o jogo. Perdeu. Mas a mídia perdeu mais. Em tempos de credibilidade elevada, Crivella teria capotado diante dos ataques. Ainda mais no Rio de Janeiro, onde vencer uma eleição tendo as Organizações Globo contra não deixa de ser uma proeza. Para o bem ou para o mal, o eleitorado não levou muito em conta o que leu e ouviu sobre o agora prefeito eleito do Rio. 

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Com a eleição de Crivella o PRB entra para o rol dos partidos médios, embora tenha perdido a aposta em Celso Russomano mais uma vez em São Paulo. Agora é ver se o PSDB, que apoiou Crivella no segundo turno, vai apoiar sua gestão e ajudar a lhe garantir a maioria na Câmara de Vereadores.

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