A vida pós-pandemia

(Foto: Reuters/Rahel Patrasso)


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Quando pensei o pós-pandemia, pensei num mundo pior, não melhor. Hoje há um consenso de que a vida mudou, as pessoas mudaram. A vida on-line substituiu a presencial. Os afetos também. Juntamente com o trabalho. Mas não pensava que era tão profunda e permanente. Os amigos e parentes se foram. As redes tornaram-se um obituário de famosos e não tão famosos.  E há um  frenesi de viver  logo e tudo, como se o mundo fosse se acabar. Frenesi que contrasta com o perfil de morbidez que frequenta a linguagem das  autoridades. Como será o futuro dessa sociedade excitada e assombrada pela epidemia? Alegre, triste, preocupada, hipocondríaca, esperançosa, hedonista?

Gostaria que fosse mais solidária e cuidadosa. O mundo não vai  se   acabar  amanhã. E precisamos cuidar uns dos outros. Para vivermos bem e felizes. Essa sofreguidão de aqui e do agora para ser uma confissão de que não haverá amanhã. E ainda há muitos projetos e sonhos a se realizar. Cultivar o sonho e a esperança, essa é a nossa meta.

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Fazer da vida uma estilística da existência. O cuidado  de si. Como faziam os estóicos e epicuristas que escreveram sobre o elogio da senectude. E disseram que envelhecer bem é uma conquista da  humanidade.

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