A vergonhosa história da desembargadora de MS diz muito sobre a justiça brasileira

A reforma do judiciário e tão necessária quanto a reforma política e a reforma da segurança pública. Não é fácil travar essas batalhas. E elas não são para qualquer um. Mas ou se começa a fazer este debate ou só enxugaremos gelo. O Estado de Exceção passa por essas duas pontas, polícia e justiça. Tanto para pobres quanto para ricos

Constituição Justiça
Constituição Justiça (Foto: Renato Rovai)


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Tania Garcia Borges é mãe de Breno Fernando Solon Borges e de Bruno Edson Garcia Borges. Bruno atualmente é advogado de Breno, que foi preso com 130 kg de maconha e munição de fuzil. E que foi solto em tempo recorde da prisão e hoje se encontra numa clínica médica por ter sido diagnosticado com Borderline.

Mas, Bruno Edson Garcia Borges não é só o irmão de Breno e um advogado sem antecedentes. Ele também foi condenado em 2005 por assalto à mão armada em Campo Grande. O crime ocorreu na madrugada de 16 de setembro de 2005. Bruno e o comparsa renderam um motorista. Um deles arrancou a vítima e levou o carro, enquanto o outro deu apoio. Logo depois, a polícia prendeu os dois em flagrante.

Bruno e o comparsa foram condenados. Mas enquanto o seu colega foi direto para a penitenciária, Bruno foi para internação em uma clínica psiquiátrica. Ou seja, teve o mesmo tratamento que o irmão pego com 130 Kg de maconha. Passou cerca de um ano e dez meses internado e, em 2009, recebeu o perdão da Justiça. Por isso hoje ele defende Breno.

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A desembargadora Tânia Garcia Borges, como presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Mato Grosso do Sul, tem o poder de decidir eleições e o próprio futuro do estado e de cidades se não for absolutamente justa nos processos que conduz. Afinal ela é a presidenta do TRE do estado.

E nesta função deveria então tomar todos os cuidados para não ser envolvida em qualquer tipo de escândalo. Mas ao contrário, está ameaçando pela imprensa aqueles que fizerem qualquer citação a ela ou aos seus filhos com base nesse relato acima.

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Como muitos outros juízes e promotores Brasil, Tânia se comporta como se a lei fosse para os outros. Como se ela, família e amigos vivessem numa realidade paralela, protegidos pela toga, que lhe garantiria algum tipo de super poder.

Infelizmente, Tânia Garcia Borges não é um caso isolado. Hoje o judiciário brasileiro se tornou uma casta à parte. Onde se ganha muito mais, se tem muitos privilégios e reina a sensação de impunidade, já que ao fim e ao cabo tudo acaba sendo resolvido pelos chamados pares. Ou seja, por outros juízes que você conhece há muito tempo, que frequenta casa, conhece a família etc e tal.

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É isso que permitiu aos filhos da desembargadora ter um tratamento diferente dos outros mortais. É isso que garante que promotores e procuradores façam acusações sem provas e destruam reputações sem a necessidade de ser responsabilizados.

A despeito de o judiciário ter ganhado muito espaço midiático e passado a ser tratado como a salvação do país, quem quiser fazer um debate sério sobre os rumos do Brasil tem que começar a defender uma reforma no setor.

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A reforma do judiciário e tão necessária quanto a reforma política e a reforma da segurança pública. Não é fácil travar essas batalhas. E elas não são para qualquer um. Mas ou se começa a fazer este debate ou só enxugaremos gelo. O Estado de Exceção passa por essas duas pontas, polícia e justiça. Tanto para pobres quanto para ricos. E fazer só uma reforma política não resolverá essa questão.

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