A Venezuela como alvo da direita. Pintou um clima para entender
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.
A saída para extrema direita de aliar a imagem da Venezuela e ao Maduro é simplória e batida. Porém, o senso comum que toma conta do Brasil iletrado acaba acreditando no discurso de uma Venezuela quebrada e falida sem querer entender o que exatamente acontece por lá. O mesmo acontece quando se fala em Comunismo. Se em um discurso você aplica o medo, dizendo que o Brasil vai se tornar uma Venezuela, aquele que nem ao menos conhece a realidade do país, sente indevidamente o temor antecipado, de algo inexistente. Chama-se xenofobia. As pessoas têm medo do que não conhecem. Não se sentem seguras com situações inéditas, porque não querem que envolva riscos ao seu conforto.
Nesse momento não há alternativa para retirar esse senso comum sobre a Venezuela, que vem do avô, se encaminha ao pai e chega ao filho. Por isso a importância da educação no país. O país mais abençoado com petróleo é a Venezuela. Isso sempre atiçou a cobiça americana, que décadas atrás possuía petroleiras atuando na região. Como era? As petroleiras americanas ficavam com 85% do valor da receita e a Venezuela com 15%. Quando chega Hugo Chávez ele inverte a receita fazendo com que a Venezuela passasse a ficar com 85% do valor e as petroleiras americanas com 15%. E i que acontece depois? A Venezuela passa a crescer em média 10% ao ano, índice muito grande comparado no mundo. Chaves começa um processo de industrialização e zera o analfabetismo e o país cresce como grande país na América Latina.
A Venezuela passa a ser a maior reserva de petróleo do PLANETA. Isso incomoda os EUA que protagonizou o maior marketing contra o país e cuidando para colocar sanções econômicas em represália. Os embargos e sanções econômicas contra a Venezuela, iniciados em 2012, fecham indústrias, elevam o desemprego, o bloqueio de recursos impede a manutenção dos programas sociais . Assim como Cuba, a maior parte da população apoiou e defesa do país contra a exploração internacional, mesmo que com isso, perdesse capacidade de compra de produtos. Essa pressão colocou o país com alguns problemas, mas um povo que optou por benefícios sociais como educação, saúde, transporte. Um outro setor do país, ficou insatisfeito. A direita Venezuelana. Aproveitam de problemas de abastecimentos, muitas vezes provocadas propositalmente nessa guerra de discursos para inflamar que o país tem problemas.
Logo depois, Argentina, Equador, Colômbia e Brasil, muitos dos países da América do Sul vão sendo ocupados através de golpes legitimados através de uma combinação de denúncias falsas alardeadas pela imprensa, enquanto o judiciário vai condenando com processos absurdos as lideranças da esquerda. Lembra de Sérgio Moro e a Lava Jato? Pois bem. Porém, a Venezuela consegue se impor com seu povo e não conseguiram derruba-lo. Mesmo parte da população ameaçados pela fome, foram superiores aos ataques de Guaidó e a extrema direita Venezuelana.
Bolsonaro se utiliza sempre da Venezuela para fazer uma falsa simetria ao seu governo, embora o país vizinho tenha doado oxigênio para aqueles em agonia pela COVID, enquanto nada fez o governo. Embora o presidente cite os refugiados Venezuelanos, trantando a questão como êxodo da fome, nada faz para ajudar. No mais recente escândalo com as meninas venezuelanas, Bolsonaro faz aquele mix de tudo que há de ruim, no mesmo discurso, usa a Venezuela como problema humanitário, não reconhece uma casa de ajuda e confunde com prostíbulo, se utiliza de machismo e traz todo escárnio com o “Pintou um clima”. Agora, depois que percebeu o tiro no pé, pagou milhões para propagandas na internet para dizer que ele não era pedófilo e pediu desculpas, ao lado de Maria Teresa Belandria, embaixadora não oficial golpista aliada de Guaidó e sua mulher Michele, visivelmente constrangida com a situação. Talvez tivesse cansada de sempre ter que apagar incêndio ou talvez imaginando que confessou que Bolsonaro iria pular a cerca em rede nacional. A emenda saiu pior do que o soneto.
Para alguém que defende a família, foi a pior das declarações perto das eleições. Mas quem sabe se desta vez as elites irresponsáveis não se converterão de vez? Afinal, nunca se deve desprezar a força moral da conveniência.
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
Comentários
Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247