A trama dos anões morais contra Dilma
Sob a bandeira do impeachment encontramos a fina flor dos adeptos das teses mais obscurantistas. São quase todos a favor da redução da maioridade penal, odeiam pobres, negros, favelados e homessexuais
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Uma passada d'olhos nos integrantes da tal frente parlamentar em defesa do impeachment é suficiente para se concluir que esse balaio de gatos abriga parte considerável da escória da Câmara dos Deputados. Avessos ao interesse público, em geral seus mandatos se pautam pelo clientelismo e estão a serviço de lobbys privados dos mais variados.
Eles se batem obstinadamente pelo afastamento de uma presidenta eleita com 54 milhões de votos, mas defendem o financiamento empresarial de campanhas, mesmo sabendo que esse modelo está na raiz dos esquemas de desvio de dinheiro público.
Se pudessem acabariam de uma só penada com a política de cotas raciais e sociais. Nutrem ainda uma aversão quase patológica pelo Bolsa Família, visto como uma "gasto desnecessário com vagabundos", embora o programa seja elogiado no mundo inteiro como referência de política pública voltada para dar um mínimo de dignidade aos menos favorecidos.
Essa bancada das trevas apoia um projeto que tramita na Câmara que, se aprovado, tornará a compra de uma arma no Brasil um procedimento mais simples do que tirar carteira de motorista. O objetivo é acabar com o Estatuto do Desarmamento.
Muitos deles respondem a processos cíveis, eleitorais e até criminais. São santos do pau oco. Moralistas, mas só até a página cinco. A indignação com a corrupção dessa gente é seletiva. Só vale se o acusado for petista ou ligado ao governo. Sobram-lhes cinismo e hipocrisia.
Contudo, por mais chocante que pareça, são políticos rasteiros como esses, verdadeiros anões morais, que lutam para apear do poder uma presidenta contra quem não há qualquer acusação e que nunca respondeu a nenhum processo na vida, com exceção da condenação que lhe foi imposta pela ditadura por lutar pela democracia e pela liberdade.
Mas não passarão.
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