A terceirização vai empobrecer trabalhadores e enriquecer patrões

"Os trabalhadores brasileiros sofrerão um processo de empobrecimento inimaginável com a Lei da Terceirização e a reforma da CLT, de Michel Temer. Diferentemente do que afirma o governo e os convertidos, de que é 'modernização das relações do trabalho' e que vai gerar mais emprego, a subcontratação com subtração de direitos vai reduzir a renda dos trabalhadores, o poder de compra e deve impactar negativamente a economia", diz o colunista Laurez Cerqueira; "Não por acaso, dois conservadores: um paulista, Michel Temer e um mineiro, Aécio Neves, principais articuladores do golpe de Estado, enlameados em denúncias de corrupção, estão promovendo o retorno à República Velha"

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temer aecio (Foto: Laurez Cerqueira)


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Os trabalhadores brasileiros sofrerão um processo de empobrecimento inimaginável com a Lei da Terceirização e a reforma da CLT, de Michel Temer.

Diferentemente do que afirma o governo e os convertidos, de que é "modernização das relações do trabalho" e que vai gerar mais emprego, a subcontratação com subtração de direitos vai reduzir a renda dos trabalhadores, o poder de compra e deve impactar negativamente a economia.

Além disso, provocará queda drástica de arrecadação de contribuições para a previdência social. Com isso, a previdência corre o risco de falir.

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A Lei é uma reivindicação antiga do empresariado, principalmente de multinacionais, atendida inicialmente por Fernando Henrique Cardoso e concluída por Temer.

O estabelecimento do contrato de trabalho por Getúlio Vargas, com a criação da CLT, a previdência social, e outros benefícios do trabalhador brasileiro, andavam atravessados na garganta do patronato desde a revolução de 1930, quando a República Velha, liderada pelos barões do "café com leite" (paulistas e mineiros), foi pendurada na parede da história como representação do atraso.

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Antes só havia a Lei Áurea, que proibia a escravidão, e alguns penduricalhos legislativos.

A terceirização é o retorno à República Velha. As condições de trabalho serão precarizadas ainda mais, tendo em vista a submissão dos trabalhadores a extrema vulnerabilidade. A Lei amplia as margens de lucro das empresas com a exploração da mão de obra.

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O assédio moral, uma das mais perversas heranças da escravidão nas relações de trabalho, ganha mais força na tentativa de prevalecer como meio de exploração empresarial.

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O estoque de mão de obra de reserva, neste momento dramático de "tempos modernos, de veloz crescimento da automação, deve aumentar barbaramente com os efeitos da lei de terceirização.

A proliferação, nas últimas décadas, de máquinas e equipamentos de alto padrão tecnológico, de forma mais intensa nos setores industrial, de serviços, comercial e financeiro, tem engrossando a fila interminável do desemprego estrutural.

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Estudos recentes confirmam que cerca de 1/3 dos empregos atuais poderiam ser automatizados com tecnologias existentes.

O desemprego causado pela automação tornou-se uma das maiores preocupações nos países mais desenvolvidos do mundo, de cidadania avançada e democracia consolidada, e passou a fazer parte da agenda de prioridades máximas da União Europeia.

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Os problemas decorrentes da automação têm sido debatidos desde os primórdios da revolução industrial, no século XIX, mas, recentemente, essa discussão se intensificou com a discussão de propostas de compensação da perda de postos de trabalho.

Em meados de 2016, a Suíça foi às urnas dizer, por meio de um referendo, se o Estado deveria ou não dar aos cidadãos cerca de R$ 10 mil por mês para consumir, sem trabalho em troca.

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Na Finlândia, o governo selecionou 10 mil adultos para receberem R$ 2.200 reais por mês durante dois anos, a fim de medir o impacto que essa renda teria na propensão para o trabalho.

Caso o teste apresente condições favoráveis, o programa será implantado em todo o país. Países como Canadá, Holanda, também têm programas semelhantes.

A busca de formas de compensação da perda de postos de trabalho é uma tendência mundial. A produção automatizada precisa de consumidores, para que o sistema não se inviabilize.

Já o governo brasileiro, por incrível que pareça, colocou o país na contramão do processo civilizatório. Aqui o atraso organizado impõe medidas draconianas para assegurar a hiperexploração dos trabalhadores e ainda chamam o retrocesso de "modernização do mercado de trabalho".

Estão juntos no comboio da insensatez, o empresariado de multinacionais, do capital sem pátria, que está aqui para tirar o máximo de lucro dos recursos naturais abundantes e da mão de obra barata, e o empresariado brasileiro, de mentalidade ainda de senhor de escravos.

Não por acaso, dois conservadores: um paulista, Michel Temer e um mineiro, Aécio Neves, principais articuladores do golpe de Estado, enlameados em denúncias de corrupção, estão promovendo o retorno à República Velha.

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