A Terceira República
"Eis que o Brasil chega às portas da Terceira República. Mais uma vez, a Nação chega a um período de superação de um período sombrio", diz Eduardo Guimarães
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A Nova República também foi chamada de Sexta República Brasileira. Trata-se do período histórico que se seguiu ao fim da ditadura militar, um período caracterizado pela redemocratização política do Brasil após duas décadas de regime autoritário. E que dura até hoje.
A Nova República originou-se na Assembléia Nacional Constituinte que iniciou seus trabalhos em 1º de fevereiro de 1987 e os concluiu em 5 de outubro de 1988, dando origem à Constituição Cidadã proclamada por Ulisses Guimarães.
Mas voltemos ao alvorecer do Republicanismo brasileiro. A Primeira República é a que vai de 1889 a 1930, tendo sido iniciada com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, e encerrado com a deposição de Washington Luís como consequência da Revolução de 1930.
Todavia, este que escreve propõe um modelo de duas Repúblicas até aqui: a primeira (supracitada) e a atual, que, a meu juízo, encerrar-se-á em primeiro de janeiro próximo, com a assunção do governo brasileiro por Luiz Inácio Lula da Silva, em seu terceiro mandato como presidente.
Isso porque, da primeira à quinta República, vigeu neste país um período de profunda instabilidade democrática, com sucessivos golpes que tiraram presidentes do cargo com seus mandatos legítimos em andamento.
A Nova República, ou Segunda República, é oriunda da Constituição Cidadã. Vige em um período de estabilidade democrática, em que pesem dois processos bem-sucedidos de impeachment -- os de Fernando Collor e Dilma Rousseff.
Eis que o Brasil chega às portas da Terceira República. Mais uma vez, a Nação chega a um período de reconstrução democrática e de superação de mais um período sombrio, que maculou a Segunda República.
O país chega a esse período mais maduro, do que é prova a inédita Frente Ampla que levou Lula pela terceira vez ao poder e que inaugura, nesta proposta, a Terceira República. Um período em que o jornalismo golpista que derrubou Dilma e prendeu o presidente eleito parece perceber quanto contribuiu para o governo que fez o Brasil retroceder mais de um século em 4 míseros anos.
Aqui e ali, vemos críticas imotivadas a um governo que sequer começou, mas não se prevê um jornalismo de guerra como o que culminou com o golpe parlamentar contra Dilma e a prisão fraudulenta de Lula.
A rede de televisão líder de audiência simboliza uma mídia que agora exibe o povo majoritariamente preto deste país. Os traumas do risco de golpe já fazem com que até as Forças Armadas abdiquem, em boa medida, de sua histórica vocação golpista.
Com uma pressãozinha dos Estados Unidos, claro.
A Terceira República será marcada por um mínimo de bom senso, ao que parece. O atual governo tem instrumentos para combater o atraso e o autoritarismo neonazista de Jair Bolsonaro e seus asseclas. Ainda que tenha que dormir com um olho fechado e o outro bem aberto.
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