A recuperação da aura da universidade brasileira
Para o professor e reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) João Carlos Salles, “um novo governo vai precisar reordenar prioridades para recuperar uma aura"
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Tive a oportunidade de entrevistar por quase uma hora o professor de filosofia e reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) João Carlos Salles no Trilhas da Democracia que irá ao ar na Rádio Brasil de Fato, na TV 247 e na TVT, respectivamente, nos dias 3, 4 e 5 de dezembro.
De maneira clara e articulada, o professor Salles conseguiu apresentar um panorama bastante preciso da dimensão gigantesca da destruição levada a cabo nos últimos três anos pelo governo do atual presidente da república, nas áreas da educação superior e da pesquisa científica.
Uma destruição que vem incidindo sobre o orçamento, a liberdade/autonomia, a política de cotas/assistência estudantil das universidades públicas federais, bem como sobre a organização dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia e seus principais órgãos de fomento e avaliação – a Capes e o CNPq.
Gostaria, porém, de chamar a atenção no presente artigo à forma, ao mesmo tempo realista e esperançosa, pela qual o professor baiano assinalou a responsabilidade de um próximo governo que seja comprometido com a reconstrução da democracia e o combate às desigualdades no nosso país, em relação à necessidade de reversão do desmonte da educação e da ciência brasileiras.
Nas suas palavras, “um novo governo vai precisar reordenar prioridades para recuperar uma aura, não a aura de uma universidade que simplesmente servia às elites, mas uma aura que tenha excelência acadêmica matizada pelo seu compromisso social, com a sua expansão, com o acolhimento e com o tecido de todo o povo brasileiro”.
Os desafios são imensos para a recuperação dessa aura – estamos certos disso tendo em vista os níveis de virulência dos ataques desferidos contra as nossas universidades e institutos federais de ensino e pesquisa. No entanto, não nos resta outro caminho que não passe pela resistência atual e pelo esforço de reconstrução quando retirarmos das mãos da extrema-direita a direção da nação.
O retorno seguro às aulas presenciais e à convivência acadêmica em geral a partir de 2022 poderá representar um balão de ensaio da recuperação da democrática aura universitária acima referida: nos debates travados dentro e fora das salas de aula, nas assembleias de estudantes, professores e técnicos, e, por que não dizer, nas rodas de diálogo em torno de um café.
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