A razão a servico do dogma (Leszek Kołakowski)
O filósofo húngaro Georg Lukács é reconhecido - merecidamente- como o maior pensador marxista
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O filósofo húngaro Georg Lukács é reconhecido - merecidamente- como o maior pensador marxista.
O pensamento lukacsiano se divide entre as obras da juventude e as obras da maturidade. Entre as primeiras, destacam-se "A alma e as formas", "A teoria do romance" (livro muito celebrado pela crítica literária) e "História e Consciência de Classe", tida como a bíblia do marxismo ocidental.
A chave hermenêutica desta famosa obra juvenil é o conceito de "reificação" como conceito principal para entender a permanência do capitalismo tardio. Conceito onde se pode enxergar as influências de Max Weber e seu conceito de "desencantamento" produzido pela modernidade burguesa.
O filósofo húngaro ficou famoso por este livro, mas teve que enfrentar muitas críticas pela herança hegeliana que carregava: a identificação entre sujeito e objeto (confusão entre objetificação e reicificação). E foi obrigado a renegar o livro. Ele só voltou a ser publicada com uma longa autocrítica aos "pecados " idealistas da juventude.
A segunda fase é vista como a fase da maturidade intelectual de Lukács. É a fase da Estética ( que tem no realismo crítico a sua definição da correta posição do artista. O que lhe custou a crítica de conservador em relação à arte de vanguarda e da Ontologia do Ser Social. É a primeira sistematização filosófica dos princípios teóricos do marxismo, tendo como base o trabalho como fundamento ontológico da história e da sociedade.
Há que distinguir entre a pequena ontologia e a grande ontologia. Essa última carrega algumas imperfeições, imprecisões e repetições, em razão da idade avançada do autor.
Em decorrência dessas obras monumentais, Georg Lukács é considerado o maior teórico do marxismo. Mas isso lhe valeu críticas como pensador oficial do marxismo soviético , obediente ao dogmatismo estalinista, apesar de sua carta sobre o stalinismo e sua crítica do "taticismo" staliniano.
No Brasil, existe uma escola lukaciana que tinha no filósofo judeu José Chasin o seu papa. Com a morte do chefe, sobressaíram-se Sergio Lessa, Ricardo Antunes, Zé Paulo Netto e outros.
Hoje há uma disputa para ver quem melhor interpretou o pensamento do mestre húngaro. É a tradição escolástica do marxismo brasileiro": interpretar, reinterpretar e assim por diante.
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