A raposa dentro do galinheiro

O que dizer de um ministro da Fazenda que possui uma empresa de investimentos em dólar, num paraíso fiscal, e tem o poder de determinar a taxa de câmbio e ter um lucro especulativo diário de 14.000.000 de dólares só com uma simples mudança para cima do câmbio?

O ministro da Economia, Paulo Guedes,
O ministro da Economia, Paulo Guedes, (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)


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Quando ocorreu a penúltima crise cambial do governo de Fernando Henrique Cardoso, foi chamado para chefiar o Banco Central um dos gênios da especulação financeira internacional, Armínio Fraga, na época consultor do megainvestidor George Soros, responsável pela grande crise cambial russa de 2002.

Neste período, os políticos brasileiros se saíram com com a "boutade" de que o governo punha uma raposa no galinheiro. Armínio foi tratado como "gênio do mal", da especulação  e do rentismo parasita. Foi ele quem introduziu o regime do câmbio flexível, apontado como o adequado para lidar com as crises na época da globalização. 

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O que dizer, então, de um ministro da Fazenda que possui uma empresa de investimentos em dólar, num paraíso fiscal, e tem o poder de determinar a taxa de câmbio e ter um lucro especulativo diário de 14.000.000 de dólares só com uma simples mudança para cima do câmbio?

Se essa infeliz coincidência de ser, ao mesmo tempo, especulador e ministro não foi um plano diabólico planejado, de todo jeito é um grave crime contra o povo brasileiro e a administração pública republicana. Usar o cargo público para auferir vantagens pecuniárias fabulosas, como foi feito com a venda da carteira de empréstimos do BB a este senhor, por uma ninharia, é um crime audacioso e passível de grave condenação. Não só porque favorece ao ministro privativamente, mas porque atenta contra a economia popular, a moralidade da administração pública e a confiança dos trabalhadores, consumidores e dos próprios empresários que vivem da produção, não da especulação. 

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Há muito tempo que se  aprendeu que a especulação financeira é inimiga da produção, da agricultura, da renda, do emprego e do consumo. É um câncer maligno da nação. A presença desse especulador internacional no ministério da Fazenda é uma grave ameaça à sobrevivência do povo brasileiro e à soberania nacional. Ele deve ser afastado e responsabilizado imediatamente pelos prejuízos causados aos bolsos dos brasileiros.

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