A radicalização da nova República e como sobreviver a isso

Será a via aberta para passar o "cunhismo" como doutrina oficial do país. Em outras palavras, a radicalização da Nova República, ainda mais à imagem e semelhança do PMDB do que já era o sistema político nascido da abertura democrática.

Deputados retomarão a votação dos destaques da proposta de reforma política na manhã desta quinta-feira Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Deputados retomarão a votação dos destaques da proposta de reforma política na manhã desta quinta-feira Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil (Foto: Leopoldo Vieira)


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Com Distritão mais parlamentarismo, o Brasil, na prática, terá um sistema de governo semelhante ao dos Estados Unidos. O Congresso será um colégio eleitoral, a escolher, a despeito da sociedade, o chefe da República.

A participação da cidadania virará apenas um termômetro de tendências.

Assim como parece ser a pegada hodierna da hegemonia do sistema político , sequer poderá ser considerada na tomada de decisão.

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Será a formalização do exercício do poder pelo melhor congresso que os capitalistas (detentores do capital) poderiam comprar.

Aliás, para isso servirá. Serão quase 600 consultores de empresas e igrejas, lobistas com mandato e sem vergonha da condição.

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Distritão e parlamentarismo são coerentes com a atual liderança do sistema político: reformas sem mandato para tal e discussão, até mesmo mudança completa do sistema de governo com uma medida pontual, que parece só um detalhe.

Sim, porque ainda que não emplaque o parlamentarismo, o Distritão restringirá qualquer nacionalização da disputa política, o prestígio e força da máquina federal em nível local será imenso e decisivo numa arena para temas da vila(que é crucial, mas não primordial).

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Será a via aberta para passar o "cunhismo" como doutrina oficial do país. Em outras palavras, a radicalização da Nova República, ainda mais à imagem e semelhança do PMDB do que já era o sistema político nascido da abertura democrática.

Sucupira, enfim, terá um regime político compatível com seu projeto social: pobreza sem direitos trabalhistas e previdenciários

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Será o que deveria ter sido o pós-ditadura se não tivessem surgido Lula e o PT, e incluído os mais pobres e trabalhadores como players e não só coadjuvantes do jogo político.

Se vingar com voto distrital (elege-se maioritariamente por território intraestadual, então haverá profundas mudanças a serem feitas pelos segmentos que tendem a ser marginalizados por este novo regime: prepararem-se para enfrentar na prática e buscar vencer.

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Isso quer dizer, formar estrategistas políticos com ênfase nas questões territoriais, ter idéias e propostas exequíveis neste âmbito, apresentar claramente como a plataforma será realizada porque será exigido mostrar à sociedade como fazer não mais com todo os recursos de um estado ou da União em geral, mas numa fração do espaço geográfico. Sera imperioso organizar-se- partidos e movimentos sociais e demais grupos de interesse afins - em nível territorial e produzir ou cooptar lideranças neste nível.

Denuncismo não vai dar em nada, só em derrota. E das acachapantes.

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Vai se tratar, portanto, de recolocar as lideranças, representações e questões dos mais pobres e trabalhadores na agenda pública, inclusive de maneira local e territorial, não de ilusões radicais.

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