A questão de 2020
Em 2020 o DEM será a bola da vez, e as eleições municipais refletirão isso
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A crise entre setores nacionais e o imperialismo permanece até mesmo entre os mais lambe-botas do imperialismo. Afinal, o imperialismo chegou num ponto de colapso que já não permite nenhuma divisão da mais-valia mundial com demais classes.
Logo após o golpe de 2016, o PMDB tornou-se alvo do imperialismo e perdeu muito terreno político desde então. As eleições de 2016 e 2018 mostraram numericamente isso.A eleição de 2018 mostrou a incapacidade do PSDB em se colocar como alternativa. Embora o partido controle ainda São Paulo, dificilmente é possível imaginar uma recuperação desse partido em 2020.
Dada a crise dos partidos burgueses sobrou ao DEM ser o principal fiador do governo fascista Bolsonaro. Um fiador combalido desde a crise do PFL. Mas os planos do imperialismo, no sentido de ocupação total e controle geral do regime político, que tem como base o fenômeno recente de centralização das terras pelo capital financeiro, indica que até entre o extrema-direita DEM e o imperialismo há contradições fundamentais. As manifestações dessa crise estão latentes e a qualquer momento irão explodir.
Tudo isso coloca como questão para 2020: até que ponto o acordo DEM-Bolsonaro poderá se manter. Em outras palavras, em 2020 o DEM será a bola da vez, e as eleições municipais refletirão isso.
Minha hipótese de 2019: é mais provável o fechamento do Congresso do que a derrubada de Bolsonaro, mostrou-se correta e se mantém válida para 2020. O bloco bolsonarista fortaleceu-se mesmo após toda a gritaria do ano. Os fascistas são a principal alternativa do imperialismo. A guerra civil contra a população é o método escolhido.
Isso explica a enorme propaganda feita pelo Estadão para os integralistas, que de dentro do PRTB irão apresentar-se no pleito municipal. E como os militares irão fiscalizar as eleições, podemos esperar com certeza um salto enorme da presença deles nas Câmaras.
Ou seja, as municipais deste ano serão mais uma importante etapa na reorganização do regime político brasileiro iniciada há anos pelo imperialismo. Tudo indica o enfraquecimento maior de PMDB, PSDB e DEM; a maior presença dos integralistas e dos militares.
Acreditar que nesse cenário, nós da esquerda poderemos avançar nas eleições pertence ao terreno da psicodelia.
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