A quem servirá a integração latino-americana: somente ao povo
Eis a razão pela qual a mídia conservadora, os inimigos de plantão do Brasil, e os EUA são contra
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Por que a Casa Branca é contra a integração latinoamericana e como se explica o fato de que a mídia nacional e internacional que nunca deu espaço para divulgar os reais interesses da CELAC - Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos, nem muito menos ao tema integração, de repente, como por encanto, divulgou amplamente as declarações do presidente dos EUA contrárias à integração ?
Se a questão não traz lucros para as multinacionais, muitas delas sediadas nos EUA, se vai desenvolver a integração de países como Brasil, Venezuela, Paraguai, Equador, Cuba, China, entre outros do Caribe, algo está errado. O que a imprensa comercial de direita prega é o interesse de seus patrões capitalistas. Isso não é novidade. Os EUA sempre foram contra, e a OEA- Organização dos Estados Americanos, era manipulada no sentido de apoiar golpes de estado, em países onde os interesses americanos estavam ameaçados.
Para quem não sabe, e a maioria não tem conhecimento porque a imprensa não dá destaque para a questão, a CELAC foi criada em histórica decisão tomada há exatamente quatro anos durante reunião de Cúpula realizada na Riviera Maya mexicana, quando 33 chefes de estado e de governo da América Latina e Caribe decidiram criar um novo mecanismo de concertação política, integração e desenvolvimento regional.
Muito se caminhou de lá para cá e países como Brasil, Venezuela, Cuba, Equador, Paraguai, Argentina, Bolívia, entre outros, estão caminhando juntos em muitos sentidos. Até mesmo México, Chile e Colômbia, apesar de mais permeáveis à influência americana, defendem claramente a integração nos termos na CELAC, tendo os presidentes do México e Colômbia declarado recentemente verem com bons olhos a volta das boas relações do passado com Cuba.
O que a direita se nega a aceitar e a noticiar é que várias prioridades da CELAC estão se tornando realidade na região: diminuição da pobreza; integração de processos de saúde e educação; quebra do bloqueio econômico contra Cuba; aproximação com os Brics; dentre outros.
A prioridade da CELAC de redução da pobreza na região está acontecendo, segundo dados da CEPAL e OIT. Enquanto na Europa o desemprego aumenta em países como Portugal, Grécia, Espanha, na América Latina a taxa de emprego cresceu no Brasil e Argentina, entre outros; o salário mínimo aumentou na maioria deles; o analfabetismo foi erradicado na Venezuela, Equador e Bolívia; processos coordenados e saúde e educação são realizados, com a presença de médicos e professores cubanos em vários países da região.
Uma iniciativa de extrema importância na área da saúde, e que a imprensa comercial não dá destaque, é a produção conjunta de vacinas pelo Brasil e dois laboratórios estatais cubanos, a preços 90% mais baratos que as vendidas por multinacionais do setor. Cuba é avançada em biotecnologia e o Brasil tem capacidade de escala na produção. Não vejo sentido ser contra essa parceria porque ela gera emprego aqui, desenvolve tecnologia aqui. Por meio desta compreensão Brasil e Cuba, a pedido da OMS, estão salvando milhares de vida na América Latina e na África. Não é importante salvar vidas? Como alguém pode estar contra isso ?
Outro ponto de peso na questão da integração é o apoio brasileiro para a construção e ampliação do porto de Mariel, em Cuba. As críticas da oposição ao governo da presidenta Dilma ao financiamento pelo Brasil da construção do Porto de Mariel, em Cuba, são para mim totalmente incompreensíveis. O BNDS não faz doação, recebe o dinheiro de volta, de acordo com as regras de mercado.
Ao financiar, o Brasil furou o bloqueio econômico sofrido por Cuba há 50 anos e demonstrou visão política histórica. Não se trata de desperdiçar dinheiro em Cuba, trata-se de expandir a economia brasileira e a de seus parceiros. Várias empresas chinesas e 400 empresas brasileiras estarão na área do porto o que vai gerar 156 mil empregos a brasileiros.
Só quem não quer ver, como os inimigos do Brasil de plantão, nega o óbvio : que o Porto de Mariel vai gerar, obviamente, desenvolvimento para o Brasil, para países latinos americanos e do Caribe. No lugar de navios chineses realizarem viagens para cada um dos países da região, poderão fazer uma só viagem para o porto de Mariel, com condições futuras de concentrar produtos de todos eles. Isso vai dinamizar o processo de industrialização cubano.
O protagonismo do Brasil no processo de desenvolvimento de Cuba é inegável. Que outra grande empresa multinacional construiria o Porto sem destruir a revolução cubana ? Com certeza não seria uma Halliburton, que depois da guerra travada pelos EUA contra a Líbia, ocupou o país e de lá não mais saiu.
Em relação ao Paraguai a política externa brasileira foi igualmente exemplar. O país - parceiro do Brasil na maior hidrelétrica do mundo em termos de geração de energia, a Binacional Itaipu - sofria com constantes quedas de luz na sua capital Assunção até que um financiamento brasileiro permitiu a instalação das linhas de transmissão necessárias para a distribuição de energia no país. A medida, como todos podem imaginar, será essencial para o processo de industrialização local.
Temos que reconhecer que a luta pela integração latinoamericana e pela paz é travada por Cuba há décadas. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, entendendo este processo está mantendo um diálogo para a paz, com representantes das FARC, e essa aproximação está sendo realizada em Cuba. Isso, no entanto, não é divulgado pela mídia comercial.
Os jornalistas econômicos no Brasil preferem dizer que os conflitos entre Brasil e Argentina estão se aprofundando, no lugar de informarem o que interessa, que o comércio entre os dois países aumentou. Dizem que a idéia da integração é utópica.
Preferem criticar e ludibriar com informações distorcidas dos fatos. Gostam de repetir que na Venezuela é um caos e que o comércio daquele país com o Brasil diminuiu, quando na verdade se multiplicou por seis, na última década.
A saída para a América Latina é impor a CELAC como bloco. O mundo deve ser, sim, solidário acima de tudo. A redução das assimetrias fortalece a América Latina. O ex-presidente Lula tem uma frase a respeito que me parece muita sábia: só podemos crescer se crescermos todos juntos. Concordo plenamente e como membro do Partido dos Trabalhadores do Brasil estou consciente de que se não agíssemos assim só aumentaríamos os abismos existentes no continente , e neste buraco poderíamos todos cair.
Ao intensificar as ações de integração e solidariedade no continente o governo brasileiro deve se preparar para os ataques virulentos da mídia de direita. Responder pela internet não é o suficiente porque no Brasil a banda larga é lenta e cara. A Telebrás está esvaziada e estancada, na ação de transformar a internet num serviço público, democrático e gratuito.
Os grandes grupos de comunicação, fora e dentro do país, de olho no mercado dos jornais gratuitos, saíram na frente e lançaram no Brasil jornais gratuitos, de grande circulação, distribuídos em pontos de metrô, coletivos, universidades, etc, como o Destak e o Metro.
É necessário, como diz a música, chegar onde o povo está. A saída é produzirmos jornais impressos públicos, gratuitos e populares, massivamente distribuídos, como já está acontecendo por iniciativa e apoio dos governos da Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia. As forças democráticas que 2 vezes elegeram governos petistas e se aproximam pela terceira vez desta realidade, tem condições de tomar iniciativas neste sentido. Basta decisão política.
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