A prevaricação do governo quanto ao COVID-19

Essa postura de prevaricação, portanto, crime de responsabilidade, é liderada sobretudo por Jair Bolsonaro, que, individualmente, permanece minimizando a extensão da crise sanitária causada pela pandemia da COVID-19. Bolsonaro continua alimentando uma crise política artificial, ignorando o avanço da doença no Brasil

(Foto: Alan Santos - PR)


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Publicado originalmente no Pensar Piauí

Enquanto o número de mortos brasileiros começa a ser contabilizado no País, o governo federal continua recalcitrante, com exceção dos movimentos do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Essa postura de prevaricação, portanto, crime de responsabilidade, é liderada sobretudo pelo presidente Jair Bolsonaro, que, individualmente, permanece minimizando a extensão da crise sanitária causada pela pandemia da COVID-19. Ato contínuo, segue atacando o Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e as instituições em geral.

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Bolsonaro continua alimentando uma crise política artificial, ignorando o avanço da doença no Brasil, onde é provável que ocorra uma grande tragédia humanitária e econômica, caso as autoridades federais não tomem as medidas emergenciais para conter o coronavirus, a exemplo do que fizeram outros países. Como observou o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o Executivo demora, no sentido de, por exemplo, fechar as fronteiras e proibir a chegada de vôos vindo de países em situação de crise.

A entrevista coletiva do ministro da Economia, Paulo Guedes, concedida nesta segunda-feira (16-3), seguiu esse roteiro, ao recomendar que os “mais jovens” continuem a circular pelas ruas, para trabalhar e estudar, pois são menos vulneráveis aos efeitos mais graves da moléstia. Guedes esquece que, ainda que parte da população infectada não apresente sintomas, se torna um vetor de transmissão, espalhando o vírus em sua casa e por onde anda, pelos sistemas de transporte, nas vias públicas, etc., o que pode ampliar o número de vítimas.

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Desmoralização e humilhação

Assim, a reação de Bolsonaro vai de encontro aos alertas, recomendações e orientações de seu próprio ministro da Saúde, na tentativa de desmoralizá-lo ou humilhá-lo, e todas as autoridades sanitárias, mobilizadas em evitar a superlotação de internações nas unidades de terapia intensiva dos hospitais. Mesmo participando de uma reunião com parte de seu ministério, no Palácio do Planalto, onde se criou um “gabinete de crise”, para monitorar a situação, o presidente ainda não deu uma declaração responsável a respeito do problema.

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Independentemente, os presidentes do Congresso e STF se encontram, sem a presença indesejável de Bolsonaro, e tomam uma série de ações preventivas e cautelosas, destinadas a esvaziar os gabinetes, corredores e plenários desses poderes, que irão funcionar por meio de sistema de deliberação remota. Ou seja, as discussões e votações acontecerão à distância, o que é algo correto e necessário a essa altura do campeonato. Depois de uma absurda hesitação, o governo anuncia que fechará apenas parte da fronteira com a Venezuela.

Por influência do presidente, decerto, o País continua com suas fronteiras abertas, quando quase todos os vizinhos sulamericanos já decidiram fechá-las por completo, o que dá a medida da comparação do nível de seriedade, no tratamento dessa crise, em relação a outras nações do continente. Bolsonaro se comportava como se nada ou muito pouca coisa estivesse acontecendo, mas finalmente pediu ao Congresso que reconheça estado de calamidade pública em todo o território nacional. Terá acordado para a realidade?

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