A política externa americana de contenção de China e Rússia fracassou

É uma missão impossível para os EUA conter, isolar e suprimir a China e a Rússia, escreve o jornalista José Reinaldo Carvalho

Presidentes Joe Biden (EUA), Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia)
Presidentes Joe Biden (EUA), Xi Jinping (China) e Vladimir Putin (Rússia) (Foto: Divulgação)


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247, por José Reinaldo Carvalho - Em mais um encontro de alto nível entre a Rússia e a China, durante esta semana, os dois gigantes reafirmaram a decisão de permanecer unidos para rechaçar as tentativas das potências imperialistas ocidentais de manter seu domínio global. São perigosas as ambições que essas potências alimentam, destacaram o presidente chinês Xi Jinping e o primeiro-ministro russo, Mikhail Mishustin. O governante russo se encontrou também com seu homólogo chinês, Li Qiang.

O Primeiro-ministro russo sintetizou o espírito dos encontros que manteve em Pequim: "Apreciamos sinceramente os laços de longa data de boa vizinhança, parceria e cooperação entre a Federação Russa e a República Popular da China. Isso é de particular importância para nós diante da crescente turbulência na arena internacional. Os dois países declaram que estão lado a lado para defender-se da ofensiva do imperialismo ocidental”. Ele relatou à mídia que China e Rússia estão decididas a reagir resolutamente às aspirações das potências imperialistas e manifestam o desejo de criar as condições favoráveis para progredir conjuntamente em direção aos objetivos estratégicos comuns. 

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O jornal chinês Global Times mandou um importante recado: "A cooperação abrangente entre China e Rússia está avançando de forma estável. Esta é a essência do novo tipo de relacionamento entre grandes potências, e sugerimos fortemente que Washington leve isso a sério. Porque a estreiteza de mente de Washington não pode acomodar a China ou a Rússia". 

Todas as evidências do quadro internacional em evolução demonstram que é uma missão impossível para os EUA conter, isolar e suprimir a China e a Rússia. Impossível também envenenar o ambiente e provocar a divisão entre os dois grandes aliados. 

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O mundo definitivamente entrou em uma nova era. Em meio a graves contradições geopolíticas, impasses, turbulências, ameaças de escalada de conflitos armados, emergiu a multipolaridade, processo que tampouco é possível reverter. Como diz o presidente chinês Xi Jinping, o mundo está vivendo as maiores mudanças jamais vistas desde há um século. 

A estratégia estadunidense de dupla contenção fracassou. A hostilidade norte-americana para com a China e a Rússia é um dos principais pontos de tensão geopolítica no cenário internacional atual. O embate entre esses gigantes acarreta importantes consequências para todas as relações internacionais.

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A China é alvo de coerção econômica, guerra comercial e tecnológica e da tentativa de um cerco militar, que abrange as regiões do Indo-Pacífico, do Mar do Sul da China e do Estreito de Taiwan. 

O país socialista asiático emergiu como uma potência econômica nas últimas décadas, alcançando um crescimento impressionante e se tornando a mais importante força no comércio global. Esse avanço econômico desafiou a posição dominante dos Estados Unidos e criou uma competição acirrada em termos de influência econômica, investimentos e inovação tecnológica. 

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A desdolarização está em curso, é um fenômeno de natureza objetiva e também faz parte das mudanças estruturais pelas quais o mundo atravessa. A China é parte desse processo. 

A rivalidade entre os Estados Unidos e a China se estende também aos âmbitos político e militar. A China tem adotado uma postura mais assertiva em sua política externa, enquanto os Estados Unidos têm buscado reforçar alianças e coalizões para conter o poderio chinês, alianças e coalizões que deturpam o conceito de multilateralismo. Não por acaso, a China bate na tecla com ênfase cada vez maior na necessidade de praticar o "multilateralismo genuíno". 

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É uma batalha perdida para os Estados Unidos a contenção da China. No sentido contrário a isto há a evidência do declínio da superpotência norte-americana, imersa em profunda crise sistêmica. 

Quanto à Rússia, os Estados Unidos fixaram o objetivo não apenas de conter o grande país euro-asiático, como também de, por meio do conflito na Ucrânia, derrotá-lo militarmente e, numa outra etapa, derrubar o governo russo, eliminar seu presidente e fragmentar o país em uma miríade de republiquetas. 

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O presidente russo tem respondido a isso com frequência assegurando que o país e seus aliados construirão juntos um mundo multipolar, reafirmando o compromisso de cooperar com todas as nações interessadas em enfrentar ameaças e desafios conjuntos. 

Putin tem denunciado também o militarismo das potências imperialistas ocidentais, suas políticas intervencionistas e golpistas e o método criminoso de sanções e bloqueios. 

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A evolução da Operação Militar Especial na Ucrânia nos leva a crer que os Estados Unidos também fracassaram e continuarão fracassando na busca dos objetivos fixados no combate à Rússia. Já está criada uma nova realidade política e militar no entorno geográfico da Rússia, as regiões em que seu exército se tornou vitorioso e se incorporaram à Federação Russa não retornarão à Ucrânia. A derrota política e militar ucraniana é um fato dificilmente reversível. 

Para além disso, também é uma expressão cabal da derrota da política de contenção e enfrentamento à Rússia pelo imperialismo estadunidense a reafirmação pelo país euro-asiático de que está cada vez mais disposto a levar adiante uma política externa independente ditada por seus interesses nacionais, com os irrenunciáveis objetivos de defender sua soberania, integridade territorial, protagonismo no mundo multipolar e plena consciência de sua responsabilidade na manutenção da paz e da segurança nos níveis global e regional. “A política externa da Rússia é pacífica, aberta, previsível, consistente, pragmática, baseada no respeito pelos princípios e normas universalmente reconhecidos do direito internacional e no desejo de cooperação internacional igualitária para resolver problemas comuns e promover interesses comuns”, afirma decreto recentemente promulgado pelo governo da Federação Russa. 

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