A política de preços de combustível da direita brasileira continua exorbitante mesmo com a redução do ICMS

A "redução" do ICMS traz consigo duas contradições

(Foto: Paulo Whitaker/Reuters)


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Às vezes, tenho a sensação de ver a sociedade brasileira igual a uma rã na água quente. O calor subindo, a morte chegando e o que se vê, são pessoas não reagindo, mesmo diante do calor insuportável que está submetido.

A "redução" do ICMS traz consigo duas contradições:

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A primeira é o lucro da cadeia de produção/distribuição dos combustíveis, que não diminui um centavo, já que, o que está sendo retirado é apenas a parcela que vai para políticas públicas. Se esse dinheiro não entra, ele vai deixar de ser investido em algum lugar! Mas isso não altera o lucro dos acionistas e da rede de distribuição que nasce lá no alto mar, quando o petróleo é extraído e termina no bolso do consumidor.

A segunda é a falta que este valor que está sendo "diminuído" dos combustíveis fará aos cofres públicos. Isso trará consequências para todos nós, mas principalmente para aqueles que não possuem carros, já que são estes os que foram também chamados para participar de forma direta do rateio (esse nome cabe bem a essa situação), e faz com que os mais pobres dividam o prejuízo, mas jamais são agraciados com a partilha do lucro.

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Essa proposta perversa tem seu embrião no útero do bolsonarismo, que faz uma espécie de barriga de aluguel, tendo como progenitores, Bolsonaro e Paulo Guedes. Assim, a magia macabra destes dois, faz com que os mais pobres paguem duas vezes pela gestão criminosa de lesa pátria deste governo de gananciosos especuladores. A primeira é porque os pobres vão pagar de forma indireta pelo combustível que não utilizam já que não possuem carros e os que possuem, não podem tirá-lo do lugar onde estão estacionados e a segunda é porque vão perder serviços públicos já precários que hoje já lhes faltam, pois, como é sabido, com a redução dos impostos a primeira coisa que governos da direita neoliberal faz é cortar serviços públicos como assistência social, saúde, educação, segurança pública, reforma agrária, preservação ambiental e por aí vai!

Para o capitalismo e para a direita política não existe limite na retirada de direitos da classe trabalhadora. Quando falamos em luta de classes, é exatamente sobre isso que está sendo falado. Os mais ricos não titubeiam e quando se sentem apertados, não têm dúvidas em agir contra os mais pobres. Então a dona Maria e os seus João da vida, que são moradores das periferias, serão ao mesmo tempo os financiadores e as vítimas desta proposta que nunca é demais lembrar, é da DIREITA política brasileira.

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Vamos fazer uma comparação sobre a narrativa que essa luta de classes dos ricos contra os pobres faz:

Segundo estudos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) a média da renda líquida por família per capita  dos Norte Americanos é de US$ 51.147,00 por ano. (Cinquenta e um Mil, Cento e Quarenta e Sete Dólares).

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Já a média da renda líquida por família per capita dos Brasileiros é de US$ 12.924,00 (Doze Mil, Novecentos e Vinte Quatro Dólares). Em tese, por esta divisão, cada família brasileira deveria estar ganhando algo em torno de R$ 67.000,00 por ano, o que daria uma renda de R$ 5.800,00. Se sua família não ganha isso por mês, a diferença está no que eles chamam de distribuição de renda. No caso, concentração de renda. Já que a pobreza originada de cada centavo para menos no bolso de cada família, significa o aumento de renda e o  acúmulo de dinheiro para os mais ricos.

Daí, surge uma balela contada nos quatro cantos do Brasil por bolsominions e reforçadas por reportagens canalhas e hipócritas de que o preço do combustível está caro em todo o planeta. Ai, vem uns descerebrados querendo justificar que, comparando com o preço brasileiro, com os preços pagos pelos norte-americanos, eles coitados, também pagam em média R $7,00 o litro da gasolina. Ok. O que essa gente mesquinha não diz é que a renda dos mesmos norte-americanos é ao menos 4 vezes maior que a média dos brasileiros, então, para efeito de comparação, os norte-americanos estariam pagando caro, se o litro da gasolina deles estivesse no patamar de 28,00 o litro. Assim, eles estariam sentindo o mesmo peso que nós brasileiros estamos sentindo ao pagar o preço da gasolina na bomba.

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O mesmo vale para o diesel, se comparar o preço do diesel norte-americano estará custando em média R$ 7,71 por litro. Algo equivalente (absurdamente o que o brasileiro paga). Acontece que um caminhoneiro norte americano ganha em média de 60 a 70 mil dólares por ano, (o que significa algo em torno de R$ 26.000,00 por mês) o Brasileiro, se muito, vai ganhar no mesmo período R$ 4.000,00.

Então, quando alguém quiser comparar os preços dos combustíveis brasileiros com os norte americanos, pergunte onde essa pessoa mora, se for no Brasil, manda ficar quieto para não passar mais vergonha ainda em defender um governo maldito como este.

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