A peleja da República
Que nunca mais um presidente eleito permita que a democracia, a vida dos trabalhadores e o ambiente de negócios sejam de tal maneira devastados em nome de qualquer idiossincrasia sua que lhe for conveniente para a biografia
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Nesta semana se enfrentam o sistema político e o sistema jurídico. De um lado, milhões de votos. De outro, milhões de formulários preenchidos para institutos de pesquisa de opinião pública.
O primeiro é produto da Constituinte de 1988, repleto de defeitos (dentre os quais, a corrupção), mas eletivo. Seus membros são selecionados periodicamente pelo voto.
O segundo também é produto da Constituinte de 1988, repleto de defeitos (dentre os quais, a corrupção), mas não-eletivo. Seus membros são selecionados para uma carreira vitalícia por meio de cursinhos preparatórios para concursos públicos.
O primeiro usa do entendimento, depois de um jogo de forças, para encontrar soluções. Das melhores às piores.
O segundo usa a investidura do cargo para encontrar punições, sejam questionáveis ou consistentes.
Do primeiro adveio, após acordos, um projeto constitucional com ênfase na construção do bem-estar social; a estabilidade da moeda e a combinação de crescimento com distribuição de renda.
Do segundo adveio, após acordos, redução de penas, prisões domiciliares e tornozeleiras eletrônicas após indiciamentos, denúncias e condenações reconhecidas por todo o espectro jurídico como, no mínimo, excêntricas ou abusivas.
Do primeiro adveio ciclos crescentes de redução da miséria, da pobreza e da fome.
Do segundo adveio nenhuma mudança para a situação carcerária ou de negação de direitos dos miseráveis, pobres e famintos.
Do primeiro, tentativas fracassadas e exitosas de sucesso econômico.
Do segundo, uma contribuição de -2,5% para uma depressão de -4%.
Que vença o melhor, mas, de preferência, o que tiver solução para os 12% de desempregados do Brasil. E que, desta guerra, tenhamos um 2018 democrático com todas as forças e lideranças políticas.
E que nunca mais um presidente eleito permita que a democracia, a vida dos trabalhadores e o ambiente de negócios sejam de tal maneira devastados em nome de qualquer idiossincrasia sua que lhe for conveniente para a biografia.
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