A pauta unitária do povo organizado: Vacina já! – Auxílio emergencial já! – Fora Bolsonaro já!
"Já é possível constatar que a saída de Jair Bolsonaro, de um jeito ou de outro, não é mais questão de se... e sim de quando...", escreve a jurista Carol Proner sobre o impeachment
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Neste dia 26 de janeiro de 2021, os mais expressivos movimentos sociais e populares do Brasil se reuniram na Plenária Nacional de Organização das Lutas Populares para afirmar, como consenso unitário, três pautas intransigentes: Vacina já! Auxilio emergencial já! Fora Bolsonaro já!
Conscientes de que não há saída a curto prazo e de que a crise que nos impõe os sucessivos golpes desde 2016 é generalizada (crise ambiental, crise econômica, colapso na saúde pública, derrocada dos empregos, crise de soberania) os movimentos se reorganizam para driblar a pandemia e defender os interesses nacionais.
O Brasil retrocede tão drasticamente que, para além do setor financeiro, que lucra sobre lucros em retroalimentação, todos estão perdendo. O comércio fecha as portas, as industrias abandonam o país e os setores minimamente nacionalistas veem seus sonhos destruídos por uma política de liquidação total.
Mas o maior preço tem sido pago pela classe trabalhadora, porque precisa trabalhar e porque se contamina ao não poder fazer isolamento. São 215.000 mortos pela Covid-19 e, entre estes, milhares de vidas que foram sacrificadas por negligência, por atos criminosos do mandatário que se revela um verdadeiro mandante de crimes.
Aliás, um importante estudo produzido pela Faculdade de Saúde Pública da USP recém publicado identificou a existência de uma estratégia institucional de propagação do vírus promovida pelo Governo brasileiro sob a liderança da Presidência da República. Ou seja, intencional, programático, algo que já foi denunciado em tribunais internacionais como crimes de lesa-humanidade.
Quanto ao desemprego, o quadro é insustentável: aproximadamente 60 milhões de brasileiros adultos estão fora do mercado (estatísticas do IBGE) – 14 milhões de desempregados, 6 milhões de desalentados, que sequer procuram por emprego, e 40 milhões de pessoas que vivem de bico, vendendo alguma coisa para sobreviver.
No embalo dos quase 70 pedidos de impeachment que abarrotam a gaveta de Rodrigo Maia, mobilizações de todos os matizes políticos pedem o Fora Bolsonaro, incluindo editorais da Folha de São Paulo, do Estadão e articulistas da grande mídia. E a expressão “Fora Bolsonaro” não é casualidade, já que não há efetivamente acordo sobre o impeachment, se seria viável com a composição de interesses oportunistas que domina o Poder Legislativo. Ou ainda, como vimos pelo bloqueio da grande mídia às carreatas de sábado – sabotando a vontade popular – se seria mesmo desejável.
O que constatamos é que muitos querem um impeachment da boca pra fora, demonstrando que mais importante do que deter o genocida ou salvar vidas, são as pautas lesa-pátria a serem votadas com urgência após a eleição do novo presidente da Câmara. E um processo de impeachment paralisaria o Congresso.
Mas os ventos sopram favoráveis. Plenárias como essa dos movimentos populares dão norte à luta pela recuperação política do país, ocupado por farsantes criminosos. E já é possível constatar que a saída de Jair Bolsonaro, de um jeito ou de outro, não é mais questão de se... e sim de quando... (parafraseando o número 03, Eduardo Bolsonaro, ao ameaçar com a certeza da ruptura institucional).
O clima está mudando e devemos nos deixar contaminar, não pelo vírus e sim pela energia das lutas legítimas.
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