A pauta é fome, miséria e desemprego

"A imprensa até publica informações sobre inflação batendo recordes, preços pela hora da morte, mas o faz com freio de mão puxado", escreve o jornalista

(Foto: FOTOS PÚBLICAS)


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Ei, amigas e amigos, experimentem dar uma passada de olhos nos sites de notícia vinculados à mídia comercial. Neles, a naturalização da tragédia econômica brasileira salta aos olhos.

A imprensa até publica informações sobre inflação batendo sucessivos recordes, preços da comida pela hora da morte, desemprego que não cede e precarização do trabalho em níveis alarmantes. Mas o faz com freio de mão puxado, já que os barões da mídia apoiam a gestão de Paulo Guedes/Bolsonaro.

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Repare também como o cinismo dá o tom da cobertura jornalística sobre o preço dos combustíveis. A nossa gasolina já está entre as três mais caras do planeta. Só que, em ordem unida, os grupos de mídia defendem cegamente a política de preços da Petrobras.

Isto posto, abordemos a relação entre a penúria imposta ao povo brasileiro e as escaramuças e movimentações eleitorais.

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Bolsonaro sabe mais do que ninguém que a eleição está perdida, se o debate girar em torno das condições de vida das pessoas. Aí recrudesce nos ataques à democracia e à Constituição, para jogar uma cortina de fumaça sobre a miséria que seu governo dissemina pelos quatro cantos do país.

Por outro lado, não há dúvida de que Bolsonaro representa uma ameaça real ao estado democrático de direito. Vive a testar os limites das instituições, mirando em um golpe que ainda não se concretizou por falta de apoio interno e externo. O caso do indulto a Daniel Silveira é, como tantos outros, de extrema gravidade.

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Defender o regime democrático, portanto, é uma obrigação de caráter político, moral e civilizatório por parte das forças progressistas. Até porque está cada dia mais evidente que as investidas de Bolsonaro contra o sistema eleitoral são um ensaio para a versão brasileira da invasão do Capitólio.

No entanto, não se pode jamais perder de vista a centralidade do debate, que é a questão econômica. Faz-se necessário encontrar o ponto de equilíbrio entre o enfrentamento às tentativas bolsonaristas de rasgar a Constituição e a abordagem permanente das consequências sociais da destruição da economia do país, mas tendo claro que é a deterioração das condições de vida dos brasileiros que levará Bolsonaro à derrota. 

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Se pudesse faria um apelo aos militantes digitais do campo democrático e de esquerda, para que não percam de vista este horizonte. Digo “se pudesse” porque chega a ser cansativo e angustiante ver a insistência dos ativistas da oposição em, a pretexto de denunciar as atrocidades de Bolsonaro, postar seus discursos fascistas e impropérios de toda ordem. Esquecem que na raia da disputa virtual, no mundo dos algoritimos, isso gera engajamento e favorece o inimigo.

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