A palatável derrota do bolsonarismo

Para melhorar a aceitação da dupla Lula-Alckmin, aí vamos nós de suflê de chuchu e lula à dorê

(Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução/Facebook)


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A divergência interna que há no PSOL é uma constante nos partidos não fisiológicos. A direita é sempre pragmática e se une nos momentos que lhe interessam, como na criminosa aprovação da lei do veneno. Agora, a esquerda se divide nos detalhes ideológicos e não consegue formar frentes amplas ou mesmo estabelecer uma candidatura competitiva para além de Lula. Os atrasos democráticos não podem ser apenas explicados, reforçando os compromissos pragmáticos, precisam ser duramente combatidos. Daí que fazer política é a arte de unir diferentes e divergências.

A atual e necessária desobediência civil para combater o bolsonarismo é distinta de outras porque é a manifestação da maioria que quer ver esse despresidente e sua ininterrupta destruição das instituições fora do poder. A maioria de indignados já não é tão silenciosa, mas precisa manifestar a opção política nas urnas, pois os sistemas de controle para tirar o ogro do Palácio do Planalto não funcionam ou foram muito bem comprados.

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Os exemplos da compra parlamentar da imunidade não são poucos. Mais de uma centena de pedidos de impeachment contra o despresidente da República dormem passivamente nas mãos de Arthur Lira. Porém, bastou o ocupante do Palácio do Planalto bloquear R$1,7 bilhão do orçamento secreto para que os nobres parlamentares acordassem e reclamassem. Mas sem alvoroço: tudo será devidamente ajustado e pago após o balanço do troca-troca partidário recém-concluído.

Outra cortina de fumaça foi a crença em ameaça comunista no ministério da Educação, pura fantasia para esconder a verdadeira ação de “re-ganho” ali operada por meio do “orçamento do culto”. Mas é fato que basta uma crise para o despresidente ter dor de barriga, nada resolver e voltar a fazer o achincalhe linguístico que a desobstrução intestinal permite. De quebra, tumultua o governo com demissão do presidente da Petrobras apenas para mostrar que faz algo. Nesse show de pantomimas, a farsa nos é muito cara.

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Assim, como muitos articulistas e analistas avaliam, é primordial a necessidade de derrotar o bolsonarismo após a eleição. Hitler se matou há quase 77 anos, nem por isso o nazismo deixou de existir. Pelo contrário, tem se intensificado, vemos pelas ondas retrógradas que varrem a Europa. A aliança Lula-Alckmin - a única com tendências progressistas e de esquerda viável até aqui - tem de ser entendida como uma grande jogada política de ambos, resgatando o que se esperava da social-democracia após a redemocratização. É isso, depois de quatro anos temos de reintroduzir a democracia republicana em nosso país e mostrar a necessidade de cidadania aos mais jovens que não conheceram aquele Brasil pré-Real. Para melhorar a aceitação dessa dupla, aí vamos nós de suflê de chuchu e lula à dorê.

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