A oposição burra que Lula pediu a Deus

"O isolamento da bancada bolsonarista no debate sobre a reforma tributária dá bem a medida da burrice reinante nas hostes extremistas", avalia Damasco

Lula e Congresso Nacional
Lula e Congresso Nacional (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Pedro França/Agência Senado)


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Decididamente a extrema-direita não prima pela inteligência e nem por alguma sofisticação estratégica.

Ao contrário, o isolamento da bancada bolsonarista no debate sobre a reforma tributária dá bem a medida da burrice reinante nas hostes extremistas.

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É praticamente senso comum no campo progressista o reconhecimento da superioridade dos fascistas na utilização das redes sociais como elemento central na luta política e ideológica.

Mas aqui cabe um reparo.

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Decerto os obscurantistas têm o mérito de terem criado mecanismos de uso maciço da internet. Contudo, imaginemos como seu poder de fogo seria reduzido sem o recurso frequente às fake news, à calunia, à injúria, à difamação, ao crime contra a honra de pessoas e instituições.

Repare como eles se pintam para a guerra diante de qualquer tentativa de enquadramento das “big techs”, como recentemente aconteceu com a colocação em pauta do chamado projeto das fake news, relatado pelo deputado Orlando Silva, do PCdoB de São Paulo.

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O crime é a mola-mestra da militância digital da extrema-direita. Sem isso, ela fica manietada.

Voltando à oposição sem luzes que Bolsonaro impõe aos seus seguidores no Congresso Nacional, a tática empregada de forma vertical dispensa discussões, abrindo mão de um mínimo de reflexão: “o projeto interessa ao governo comunista, então votamos contra”, como disse um deputado seguidor cego de Bolsonaro no debate sobre a reforma tributária.

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A vitória expressiva da PEC da Reforma Tributária, com acachapantes 380 votos, na Câmara dos Deputados, logrou inclusive abrir uma fenda na couraça bolsonarista do Partido Liberal, já que 20 deputados apoiaram a emenda. Sem falar na trombada com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

O PL do ex-presidente pagará um preço político por ter votado contra o congelamento dos preços dos produtos da cesta básica e a cobrança de IPVA sobre lanchas e jatinhos, dentre outros pontos de apelo popular previstos na PEC da Reforma Tributária.

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Vale lembrar que ainda antes da posse de Lula 3, o Congresso aprovou a PEC da Transição, para garantir dinheiro para o Bolsa Família, a merenda escolar e os remédios para o povo na farmácia popular.

Deputados e senadores aprovaram a PEC por ampla maioria, mas a turma do Bolsonaro foi contra.

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Depois, já no novo governo e na atual legislatura, o país discute a urgência de estabelecer regras fiscais que possam acertar minimamente as contas públicas, literalmente arrombadas pelo ataque insano do governo Bolsonaro ao erário para tentar a reeleição.

Outra vez os deputados, primeiro, e os senadores, em seguida, dizem sim ao projeto do governo de conter o rombo orçamentário. Menos os parlamentares bolsonaristas que, com poucas exceções, se posicionam de forma contrária.

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Lembro que a oposição de esquerda a Bolsonaro não caiu na armadilha de negar o voto aos inúmeros benefícios eleitoreiros às vésperas das eleições. Era tudo que  Bolsonaro queria para explorar na campanha eleitoral. O PT e demais partidos de esquerda acertaram em cheio. Política se faz com o cérebro.

Pesando bem, os adeptos de Bolsonaro no Congresso estão em uma situação cômoda. Não precisam fazer reuniões de bancada para debater coisa nenhuma. Basta rejeitar tudo que emana do governo petista.

A gente agradece penhoradamente, afinal, relinchar é um direito protegido pela “liberdade de expressão”, mantra tão utilizado pela  extrema-direita nativa.

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