A ONU e o risco nuclear
A vigência de uma guerra quente e, com chances reais de escalada nuclear, não permite a ONU o direito de ficar de braços cruzados
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A Organização das Nações Unidas está obsoleta. Não há dúvidas. Antonio Guterres, secretário-geral, não tem credibilidade alguma, pelo menos, no que diz respeito ao tema mais importante da atualidade: a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e Otan e os Estados Unidos. “Infelizmente, acredito que neste momento não é possível uma negociação para a paz”, disse Guterres, em pleno dia de celebração pela vitória sobre o eixo, em nove de maio.
O secretário-geral deveria, desde o início do conflito, ter tomado à frente das conversações em direção às negociações de paz. Ele, ao contrário, não fez uso de seus “bons ofícios” – medidas tomadas em público e em privado, com a chamada diplomacia silenciosa, que tem o intuito de evitar que as disputas internacionais aumentem. Guterres não demonstra tal preocupação e se perde em questões menores que poderiam ser solucionadas no futuro. Apenas resume suas declarações públicas a repetir a narrativa desenvolvida por Washington. O que seria mais sensato por parte de Guterres é trabalhar exaustivamente por um acordo de cessar-fogo, o que é necessário e urgente, assim como uma reforma na estrutura da ONU, sobretudo, no Conselho de Segurança.
As nações do G4, o Brasil, Japão, a Índia e Alemanha, há anos, são candidatas a se tornarem membros do Conselho de Segurança, mas de forma permanente e com poder de veto. Os Estados Unidos, a Inglaterra, França, Rússia e China, que são integrantes permanentes desde o início da Organização das Nações Unidas, já acenaram positivamente a efetivação de mudanças, mas, nesse momento, a Rússia, especificamente, não concordaria com a entrada do Japão e da Alemanha por dois motivos. Primeiro por causa do passado de ambos os países, no que diz respeito a Segunda Guerra Mundial. E, depois, a atual adesão as diretrizes norte-americanas à Ucrânia, principalmente por parte da Alemanha, seria levada em consideração. A disposição dos países no Conselho de Segurança é a seguinte: cinco integrantes permanentes e dez eleitos pela Assembleia Geral que são temporários. Mas, somente os membros perenes exercem o poder de veto que, na prática, é a instância que impede a ocorrência de fatos extremos. A vigência de uma guerra quente e, com chances reais de escalada nuclear, não permite a ONU o direito de ficar de braços cruzados, como se nada estivesse acontecendo. A Organização das Nações Unidas tem de intervir imediatamente na contenda. O custo, para além das vidas russas e ucranianas perdidas, pode ser a sua completa irrelevância.
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