A novidade não é a corrupção, mas a indignação

Tristemente, embora previsível, percebemos que a mesma mídia que ignorava os esquemas do passado, agora amplifica os do presente (que existem e são igualmente reprováveis), agindo com vergonhosa seletividade

Tristemente, embora previsível, percebemos que a mesma mídia que ignorava os esquemas do passado, agora amplifica os do presente (que existem e são igualmente reprováveis), agindo com vergonhosa seletividade
Tristemente, embora previsível, percebemos que a mesma mídia que ignorava os esquemas do passado, agora amplifica os do presente (que existem e são igualmente reprováveis), agindo com vergonhosa seletividade (Foto: Jorge Santana)


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Lembro bem da minha condição de membro do clube dos indignados, escasso de sócios, sobretudo nos governos Sarney e FHC. A escandalosa compra de parlamentares por R$ 200 mil per capita para aprovar a emenda da reeleição; os bilhões (fala-se em 100 bi) do Banestado; os anões do orçamento; a privataria (imaginemos uma empresa como a Vale ter sido vendida pela bagatela de R$ 3 bi) etc, etc, etc. Mas por que havia tão poucos indignados?

Primeiramente, porque não existiam as redes sociais; em segundo lugar, porque a grande mídia, quando muito, dava a esses fatos "destaque" de notas de pé de página. A Polícia Federal estava longe de ter a autonomia que tem hoje. O Procurador Geral da República (criativamente chamado de Engavetador Geral pelas mais óbvias razões) era escolha exclusiva do presidente, sem essa modernidade de submeter-se ao resultado da eleição da associação dos procuradores. A CGU? Foi criada em 2003.

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Conclusão: houvesse tapete para esconder tamanha sujeira.

Hoje, a história é outra, revelando o quanto estamos progredindo no combate aos efeitos (prestem atenção, não estou falando das causas) da corrupção.

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Tristemente, embora previsível, percebemos que a mesma mídia que ignorava os esquemas do passado, agora amplifica os do presente (que existem e são igualmente reprováveis), agindo com vergonhosa seletividade. Isso desperta na desavisada audiência um natural sentimento de indignação - facilmente convertido em ódio -, que passa a ser manipulado objetivando, tão somente, a troca de governo, enquanto ignora solene e intencionalmente o verdadeiro alvo a ser mirado.

Trocar A por B no governo, sem tocar no viciado e exaurido sistema político-eleitoral, equivale a somar zeros.

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Gritar "Basta" e bater panelas, é indignação produzindo ação inócua. Mais ou menos como querer curar uma doença grave com medicamentos que apenas mitigam os sintomas.

A palavra de ordem tem que ser outra.

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Precisamos gritar, em uníssono:

Basta de hipocrisia!

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Reformas Já!

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