A morte e a morte de um país



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Morremos todos no terço não rezado, no terço de milhão de brasileiros, não como nós, pois mais pretos, mais pobres e mais periféricos. A pandemia da covid, tal como outras obras oficiais, não é democrática.

A leitura dos jornalões mostra arrependimentos, cobranças, comparações e uma injustificável inação frente à mortandade sem limites e sem controle. Nomes aos bois? Sim, alguns nessa boiada que segue.

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O paradoxo que se vê é a boiada ter sido fiel para seguir o messias na catástrofe em 2018, com a pseudo justificativa de uma nova política e combate à corrupção, e não ter a mínima consciência da necessidade de proteção de grupo contra a pandemia em curso. Assim, o governo – e não se fala apenas de um terço dele – deve sim impor restrições para a proteção à vida. Parte do rebanho que passa perecerá, mas os sobreviventes terão de mudar seu voto ano que vem, independente do acovardado Parlamento se despertar e retirar o insano do Planalto.

Concordo plenamente que se deva ignorar o presidente nas medidas contra a pandemia do coronavírus, mas esta pessoa é ardilosa e de natureza muito maligna. O primeiro passo de qualquer sociedade civilizada seria o de retirá-lo do poder, julgá-lo, condená-lo e impedir que continue praticando atos insanos e criminosos, incluindo os da familícia por ele estruturada. Assim, além do caminho ao meio milhão de brasileiros mortos pela covid-19, o receio de que se envolva em alguma quartelada ou nos leve ainda mais para o abismo ainda continua, mesmo com nossos ouvidos moucos.

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Dentro da necropolítica oficial, Ruy Castro, apregoando que o ocupante do Planalto clama: “matem-se por mim”, vai na mesma linha de Hélio Schwartsman em desejar o mal menor para o benefício maior. Com certeza estamos morrendo, adeptos ou não do ogro que habita o Palácio do Planalto. Ruy Castro já disse não desejar escrever biografias de vivos e gostaria de saber se ele, superada essa questão em relação ao presidente para benefício de todos nós, enfrentaria o nojo de tal escrita. A discussão toda se dá porque a torcida de muitos não se manifestou no movimento do objeto cortante manuseado pelo incompetente de sobrenome pré-Papa.

Além desses ‘limites esquecidos’ de forma contumaz no âmbito político e estrutural de um desgoverno, não podemos esquecer os de natureza mental do presidente. Por vários meios se constata que não é apenas a já citada necropolítica de Estado que se quer instituir, mas uma total incapacidade cognitiva de quem está na presidência do país. A solução a curto prazo é o impeachment, que um acovardado e vendido Parlamento não leva adiante, é bom sempre repetir. É ilusão acreditar em saída honrosa de uma pessoa que foi expulsa do Exército e planejou atentados.

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Por fim, citemo-la. Catarina Rochamonte segue em sua jornada de neopseudo-arrependimento, ao, mais uma, vez criticar o óbvio erro crasso de se ter o inominável no Palácio do Planalto, mas sem dizer uma vírgula sobre o quanto contribuiu – e fortemente – para isso. Os arquivos dos jornais na internet atestam sua militância no bolsonarismo e os leitores não esquecem. Já houve quem adentrou as páginas de jornalões para pedir desculpas. Faça o mesmo e, talvez, leremos, em luto, porém com um pouco mais de seriedade, sua nova opinião.

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