A mentira destruiu a democracia no Brasil e sua reconstrução só será possível se houver compromisso com a verdade histórica
"O Brasil foi meticulosamente destruído por mentiras contadas pelos grandes meios de comunicação e também pelas gangues da extrema-direita nas redes sociais", diz o jornalista Leonardo Attuch, editor do 247
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Num passado muito distante, naquele tempo em que os brasileiros eram pessoas cordiais, amigáveis e que confraternizavam, o Primeiro de Abril era um dia de pregar peças nos amigos com pequenas mentiras inofensivas. Um dia para nos fazer rir diante da dura realidade. Hoje, neste Dia da Mentira, precisamos refletir sobre como tantas falsificações grosseiras, contadas por "jornalistas profissionais", dos meios de comunicação empresariais, nos trouxeram até esta situação de completo descalabro.
A primeira delas, a mais óbvia, a de que a ex-presidente Dilma Rousseff cometeu "pedaladas fiscais" e que, por isso, foi afastada por um processo natural de impeachment. Como bem lembrou ontem em entrevista à TV 247, Dilma disse que a pena já havia sido anunciada pelos editorialistas da mídia do "jornalismo profissional", antes mesmo que o "crime" fosse cometido, logo após sua reeleição, em 2014. O impeachment estava sacramentado. Faltava apenas encontrar o pretexto, a "fake news", a mentira, gostosamente espalhada por veículos de comunicação pretensamente sérios como Folha de S. Paulo, Globo, Estadão e Valor Econômico.
Dilma também foi alvo de uma série de outras mentiras, que até hoje circulam, como a de que teria "quebrado o Brasil", quando, ao contrário, fez com que o país alcançasse a menor taxa de desemprego de sua história: um índice de 4,3%, que contrasta com os 14,3% atuais. Mas os mentirosos profissionais não se interessam nem mesmo em olhar as estatísticas oficiais do governo brasileiro. Para eles, o que valia era disseminar falsos consensos, politicamente orientados.
Assim como a ex-presidente, Lula também foi alvo de uma série de mentiras: como a de que teria comandado o maior esquema de corrupção do mundo para ganhar, como prêmio, a reforma da cozinha de um apartamento meia-boca no litoral de São Paulo. Mas como já ensinavam os nazistas, uma mentira mil vezes repetida vira verdade. Assim agiu o "centro democrático" brasileiro nos últimos anos: mentindo, mentindo, mentindo até não poder mais. O objetivo era retomar o poder por meio da manipulação das mentes, e não da disputa honesta por um projeto alternativo de País.
Deu errado. A direita tradicional brasileira, que espalha outra grande mentira ao se rotular como "centro", foi suplantada por mentirosos muito mais audaciosos e competentes: a turma da extrema-direita, que já vinha testando sua força nas redes sociais, com seus memes e vídeos de fraudes como o "kit gay", a "mamadeira erótica", a capa de Lula bilionário na Forbes, a Ferrari de ouro de Lulinha e, claro, a fraude de que os filhos do ex-presidente são os verdadeiros donos da Friboi.
Foi a mentira do "jornalismo profissional" que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff. Foi também a mentira do "jornalismo profissional" que prendeu o ex-presidente Lula durante 580 dias. Tudo isso para que a "ponte para o futuro", que era também mentirosa no seu nome, uma vez que fez o Brasil retroceder um século, fosse implantada pelo governo golpista Temer-PSDB. Foram tantas, mas tantas mentiras contadas pela direita limpinha, que os mentirosos profissionais agora estão aí, negando a ciência, espalhando mentiras sobre a covid-19 e dizendo que 1964 foi uma vitória contra um comunismo que João Goulart jamais tentou implantar no Brasil.
A mentira destruiu a democracia no Brasil e sua reconstrução só será possível se houver compromisso com a verdade histórica. A verdade há de ser o pilar para um novo país.
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