A má-fé

O novo Código Florestal é fruto de longo trabalho de negociação e diálogo; como pode ter havido um golpe?



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Estou perplexa, se não indignada, com a falta à verdade da ex-ministra Marina Silva, em sua coluna de ontem, neste jornal. Os que leram o texto "Quem não sabia?" ficam agora sabendo que a candidata a presidente da República ou a vice-presidente --não se sabe ao certo-- tem sérias dificuldades em aceitar o ambiente democrático.

Torna-se necessário reconhecer que o novo Código Florestal é fruto de um longo trabalho de negociação e diálogo, envolvendo produtores de alimentos e ambientalistas. Deputados e senadores, em sua esmagadora maioria, aprovaram a nova legislação.

Como pode ter, então, havido um golpe? Se há golpe, ele se deve às posições da ex-ministra, que não sabe conviver com o diálogo, procurando impor as suas próprias opiniões. O dogma e o conflito são os seus alimentos. A natureza é só um pretexto.

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O CAR (Cadastro Ambiental Rural) é um dos grandes avanços do novo Código Florestal, algo que a hoje candidata jamais conseguiu implementar quando era ministra.

O Brasil será um exemplo para o mundo ao passar a possuir um instrumento de controle ambiental via satélite, mapeando todas as propriedades deste país. RLs (Reservas Legais), APPs (Áreas de Preservação Permanente) e áreas de produção poderão ser facilmente detectadas. Acaba o achismo ambiental. Passaremos a ter uma efetiva ferramenta de gestão do território.

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Ocorre que tal ferramenta está sendo elaborada com a audiência de todos os interessados e envolvidos, em um ambiente democrático de discussão, com a participação dos ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário.

O que desagrada à atual candidata é que tal processo não é controlado por umas poucas ONGS nacionais e internacionais, que a têm como oráculo. A soberania do país é realmente exercida no interesse de todos os cidadãos. Há, infelizmente, os que não podem suportar que o país tenha se tornado, em poucos anos, um dos maiores produtores de alimentos do mundo, conservando 61% de suas florestas e matas nativas.

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Se a regulamentação do CAR ainda não saiu, isso se deve, somente, ao ambiente de diálogo e de discussão, voltado para equacionar os conflitos e as posições divergentes.

Um dos pontos que geram discussão diz respeito ao conceito de imóvel rural. Ocorre que, por questões imobiliárias, registrais e de financiamento, um único imóvel rural pode ter mais de uma matrícula e, mesmo assim, terá um único CAR. Não há nenhuma ilegalidade nisso. É o que diz a lei.

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Utilizando a má-fé, a candidata passa a falsa mensagem de que os empreendedores rurais estão tapeando a lei, reduzindo suas áreas de preservação ambiental ou fugindo de eventuais multas. Estão simplesmente agindo de acordo com a legislação vigente.

Não há nenhum "golpe". Golpe haveria se estivesse ocorrendo desmembramento de matrículas para burlar a legislação, o que não é evidentemente o caso. O novo Código Florestal, aliás, veda que eventuais desmembramentos sejam utilizados para a obtenção de qualquer benesse. Vale a situação das propriedades em 22 de julho de 2008.

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Não deveria causar nenhuma surpresa que os pequenos produtores rurais tenham sido beneficiados. Eles representam 86% das propriedades rurais de nosso país. Não foram usados como massa de manobra, como insinua a ex-ministra. Eles, de fato, merecem o tratamento diferenciado que lhes foi dado. Sem ele, seriam expurgados da atividade.

O desmatamento não aumentou com a aprovação do novo Código Florestal. Assim como o antigo, ele prevê a abertura de novas áreas apenas com licença ambiental, no estrito cumprimento da legislação vigente.

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Aliás, a ex-ministra refere-se ao aumento do desmatamento como uma maldição do novo Código Florestal. Não é. Ela esqueceu de mencionar que os 30% de aumento em 2013, a que se refere, representam a segunda menor área desmatada da história das medições (5.843 km?). Também esqueceu que, quando era ela a ministra, em 2004, vivemos o oposto: o segundo maior desmatamento da série histórica (27.772 km?).

Pobre do país que convive com personalidades no meio político com esse nível de preconceito.

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Como ela escreveu "eu avisei", agora sou eu quem avisa: tomem cuidado!

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