A luta continua para Mélenchon -- agora, pela Assembleia Nacional

Num país onde funciona o regime semipresidencialista, o parlamento possui um peso institucional considerável e, em alguns casos, decisivo

(Foto: Reuters)


✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Num país onde o semi-presidencialismo garante prerrogativas especiais ao parlamento, a começar pela política econômica, o movimento que transformou Jean-Luc Mélenchon na principal liderança de esquerda francesa se mobiliza para articular uma maioria nas eleições para a Assembleia Nacional, em junho.

Esquecidas pelo peso maior da disputa presidencial, as eleições legislativas francesas, marcadas para junho, já começam a despertar a atenção de parlamentares e militantes por um aspecto particular. 

continua após o anúncio

Num país onde funciona o regime semipresidencialista, o parlamento possui um peso institucional considerável e, em alguns casos, decisivo. 

Escolhido também pelo sistema de dois turnos, cabe ao parlamento indicar o primeiro ministro que, pelas regras em vigor, irá partilhar o governo com o presidente -- escolha ainda pendente do segundo turno, entre Emmanoel Macron e Martine Le Pen, no domingo 24 de abril. 

continua após o anúncio

Nas situações em que o país possui maiorias políticas consolidadas, Executivo e Legislativo dançam pelo compasso da mesma música. Em período de disputas abertas,  vive-se  na chamada coabitação -- presidente de um partido, o primeiro ministro de outro. Isso ocorreu três vezes na história da França. 

Na última, entre 1997 e 2002, sob governo de direita de Jaques Chirac, a França teve um primeiro ministro à esquerda, Pierre Jospin, que compôs um governo com socialistas, comunistas, verdes e radicais de esquerda. 

continua após o anúncio

Pela atual legislação, o presidente assume as responsabilidade pela Defesa e pela Política Externa, cabendo ao primeiro ministro e ao conselho de ministros definir temas internos,  como educação, segurança pública e outros, além da economia. 

Num curto documento divulgado na sexta-feira, destinado a estimular conversações para uma ação unitária com o Partido Comunista Francês, que ficou com 2,3% de votos na eleição presidencial, o movimento França Insubmissa esclarece a importância particular das próximas eleições legislativas. 

continua após o anúncio

"Se nós tivéssemos chegado ao segundo turno, estaríamos propondo a formação de uma nova maioria presidencial. Mantemos essa mesma proposição, dentro do objetivo concreto de construir uma nova maioria governamental, isto é, uma maioria política na Assembleia Nacional".

Capaz de cobrar uma postura clara no segundo turno presidencial ("Nenhum voto para Marine Le Pen"), sem cultivar ilusões sobre um segundo governo Macron, o documento recorda que nenhum dos principais problemas da vida cotidiana dos franceses deve ser resolvido na sucessão presidencial ("pelo contrário, podem até agravar-se").  

continua após o anúncio

A ideia é que, concentrando esforços no parlamento, seja possível confrontar um presidente de direita  -- ou de extrema direita. Uma luz onde parecia mais fácil indicar o fim do túnel. 

Alguma dúvida?

continua após o anúncio

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.

Comentários

Os comentários aqui postados expressam a opinião dos seus autores, responsáveis por seu teor, e não do 247

continua após o anúncio

Ao vivo na TV 247

Cortes 247