A loucura está viva
"Elogio da Loucura" é uma sátira à sociedade dos séculos XV e XVI, escrita por Desiderius Erasmus Roterodamus. O filósofo construiu um verdadeiro grito de alerta à insensibilidade dos detentores do poder, sobre a perda dos valores da vida. Temer, encarnando a Loucura, vocifera e age em favor da Reforma da Previdência, mentindo sem pudor
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"Elogio da Loucura" é uma sátira à sociedade dos séculos XV e XVI, escrita por Desiderius Erasmus Roterodamus. Tornou-se uma das grandes obras do pensamento universal ao apresentar uma crítica mordaz às elites de sua época.
Conhecido como Erasmo de Rotterdam, esse filósofo construiu um verdadeiro grito de alerta à insensibilidade dos detentores do poder, sobre a perda dos valores da vida, para imenso regozijo da Loucura que toma conta de tudo.
Na obra há um tópico denominado "A Loucura se auto elogia" que mutatis mutandis se encaixa perfeitamente nos pronunciamentos e atitudes de Temer, o títere e ilegítimo Presidente do Brasil. Obstinado na missão de cumprir a agenda golpista, ele afirma que está construindo uma "ponte para o futuro", quando na realidade pratica continuados crimes de lesa-pátria (entregando a preço vil as riquezas do país); afronta continuamente a Constituição (sob o olhar condescendente da parcela do Judiciário) e retira de maneira perversa vários direitos da classe trabalhadora, enquanto favorece a plutocracia (com os aplausos da mídia oligopolista).
Temer, encarnando a Loucura, vocifera e age em favor da Reforma da Previdência, mentindo sem pudor. Na verdade ele já o faz desde o momento em que aceitou ser o usurpador do poder.
A Loucura temerária vai à TV (inserção paga com dinheiro público) para participar de um carismático programa de auditório de repercussão nacional, porém de qualidade duvidosa, para mentir sobre a Previdência.
Afirma que as aposentadorias estão quebrando o Brasil, mas esconde o contraditório quando omite, por exemplo, um recente relatório de uma CPI do Senado que prova exatamente o contrário. Também não fala de diversos pareceres técnicos comprobatórios, em números, que na verdade a Seguridade Social é superavitária.
Em paralelo a Loucura, primeira mandatária do Brasil desde 2016, em MP propõe renúncia fiscal de R$ 1 trilhão para favorecer as petrolíferas estrangeiras (que sob a batuta temerária já haviam abocanhado parte substancial do pré-sal), favorece de forma acintosa os bancos (detentores de lucro extraordinário no exercício de 2017) com perdão fiscal de R$ 27 bilhões (só o Itaú foi favorecido em R$ 25 bilhões e o Santander em R$ 338 milhões).
Infelizmente a Loucura não para e chafurda ainda mais. Há também um plano de perdoar R$ 543 bilhões de dívidas de empresários com o erário. Obviamente só com a Loucura no poder se pode debitar a "quebradeira" das contas públicas às aposentadorias e a outros benefícios que compõe uma rede de proteção social.
Votando à obra de Erasmo de Rotterdam, há um tópico – "As companheiras da Loucura" onde ele menciona "Lethes", o esquecimento e também "Nigreton Hypnom", o sono profundo, personagens, que me parece, retratam parcela do Judiciário que, esquecidos ou adormecidos em conveniente sono profundo, ignoram o que se passa no país.
Desde a "importação" de teses não previstas na legislação brasileira como a "teoria do domínio do fato", até a perversa, calculada e "criativa" condenação por "ato de ofício indeterminado" são exemplos evidentes (evidências estão na moda) de que esqueceram do seu papel constitucional ou dormem em sono profundo.
Há uma série muito grande de provas de seletividade de parte do Judiciário que hora é célere e hora é vagaroso, segundo conveniências. O processo do Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992 levou 22 anos para ter sentença final.
Dormitam, também, os processos que apuram denúncias de desvios milionários nas obras do metrô paulista, e os ilícitos do chamado "mensalão mineiro", envolvendo um ex-governador do PSDB.
Emblemático também é o affaire Daniel Dantas, um dos quatro brasileiros que constam na lista do Banco Mundial como responsável por lavagem de dinheiro e desvios milionários. Ele está aí, livre leve e solto, já o denunciante, o delegado Protógenes, passou por maus momentos.
Prescrição (esquecimento?) também acaba de beneficiar Romero Jucá, que, a partir de determinação do Ministro Marco Aurélio, atendendo pedido da Procuradoria Geral da República, teve arquivado o seu processo relativo à denúncia de desvio de recursos oriundos de emenda parlamentar .
Por outro lado, para punir colarinho branco, então, só se for do PT. É que o PT tem essa desagradável "mania" de gostar e gastar com pobre.com pobre.
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