A LGPD não serve para esconder atos de agentes públicos

O governo moribundo usa a Lei Geral de Proteção de Dados para impedir que se revoguem decretos para esconder o que os brasileiros têm direito de saber

(Foto: Divulgação)


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Por Paulo Henrique Arantes

O governo moribundo argumenta com a Lei Geral de Proteção de Dados para impedir que se revoguem decretos e portarias baixados para esconder o que todos os brasileiros têm direito de saber. É como se outra norma não existisse - a Lei de Acesso à Informação - e como se atos administrativos suspeitos merecessem o mesmo tratamento dos dados pessoais dos cidadãos.

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Além da justificava legal para ludibriar analfabetos, o governo moribundo precisa encontrar uma justificativa moral para impedir que os brasileiros saibam os termos dos contratos para compra da vacina indiana Covaxin durante a pandemia ao custo de 1,6 bilhão de reais. 

Não se pode sonegar do público, como faz a Receita Federal, o conteúdo do processo das “rachadinhas” no gabinete de Flávio Bolsonaro, até porque certos dados pessoais nele contidos, se enquadrados na norma, podem ser preservados.

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Especialistas ouvidos pela coluna explicam que todas as esferas públicas devem observar a LGPD, mas isso significa preservar informações pessoais como endereço, número de telefone, time do coração, frequência de idas ao banheiro e outros. Em nenhum momento a lei determina que se garanta privacidade a condutas de agentes públicos supostamente envolvidos em desvio de recursos. 

É simples: a LGPD não vale para atos de governantes ou parlamentares relacionados com o exercício do mandato.

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No caso da Carteira de Vacinação do presidente negacionista, poder-se-ia até encontrar justificativa para o dito cujo não torná-la pública - questão de foro íntimo ou coisa parecida. Porém, à medida que ele negou a eficácia da vacina durante  uma pandemia que matou quase 700 mil pessoas, desestimulou seu uso e tentou boicotar o imunizante vindo da China, o tema adquiriu caráter público.

Se o presidente foi vacinado, porque não incentivou a vacinação pela população? E se ele não se vacinou, porque não abre logo o jogo e reforça sua crença antivacina? O silêncio sugere que ocorre a primeira hipótese: o homem não abre mão de uma estúpida guerra ideológica contra inimigos imaginários, mas sabe cuidar de si mesmo.

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