A Lava Jato e o Cavalo de Troia à brasileira

A Operação Lava-Jato tentou cumprir um papel importante ao legado de luta contra a corrupção no Brasil. Hoje não passa de uma pegadinha de mal gosto. Pior: trata-se de um Cavalo de Troia à brasileira



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Curitiba tem se transformado numa masmorra de presos políticos. Alguns deles, óbvio, bem merecem a cadeia; a maioria, porém, restam lá até a Delação Premiada; após, são devolvidos a seus palácios na Barra da Tijuca(1), ou em qualquer paraíso(2) onde tenham acumulado ou destinado suas riquezas (quando o Juiz Moro emite a soltura). Os consequentes julgamentos do TRF em Curitiba já guardam algumas simetrias com a Prisão de Guantánamo, em Cuba. E o Brasil volta à Idade Média.

Em suma, o que pretendo com esse trabalho é dizer que a Operação Lava-Jato tentou cumprir um papel importante ao legado de luta contra a corrupção no Brasil. Hoje não passa de uma pegadinha de mal gosto. Pior: trata-se de um Cavalo de Tróia à Brasileira. Um presente dado pelos estrangeiros interessados em nossas riquezas, tais como a Petrobrás, minérios e minas estratégicas ainda não exploradas pela Vale do Rio Doce, o Aquífero Guarani (maior reserva de água doce do planeta Terra), a Estação Espacial de Alcântara (MA), e áreas estratégicas para vigilância de países inimigos dos EUA, que pretendem construir sua Base Militar no Brasil.

Somente um “cego-môco-leso” não consegue perceber que ganhamos um presente “de grego”. Quem não se lembra de ter estudado ainda na 8ª série sobre a Batalha de Tróia? Com a guerra quase perdida para os troianos, os comandantes Aqueus, liderados por Ulisses, têm uma ideia genial: constroem um cavalo gigante a fim de homenagear Tróia, como forma de rendição do exército e uma espécie de declaração de paz e acordo diplomático. Entretanto, há uma deslealdade a seguir, uma trapaça no gesto dos gregos: o cavalo gigante era oco. Dentro do cavalo, centenas de soldados com sede de sangue são colocados com suas espadas afiadas, prontos a matar. Os troianos, iludidos que vencera a guerra, inebriam-se e embriagam-se para comemorar a vitória. Naquela madrugada sangrenta, a batalha restará desigual, feita à traiçoeira. Era uma tática helênica. Os soldados troianos, desprevenidos, são dizimados. A Grécia vence a guerra.

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Esse resumo deduzido é para lhe gerar curiosidade, Leitor, e a que busque rememorar a História, para daí perceber as semelhanças do que ocorre em nosso Brasil.

Desde que a Operação Lava-Jato se instalou e ganhou de nós (inclusive eu) a torcida favorável, haja vista se apresentar como o melhor instrumento de combate à corrupção endêmica deste País, infelizmente só temos amargado prejuízos. A Petrobrás afundou na Bolsa de Valores. Cada nova Operação representa uma queda brusca das ações da empresa. Sem credibilidade, os investimentos foram se esvaindo. A Petrobras esvaziada de recursos e sem capilaridade para se auto-sustentar, rompeu contratos com as empresas subsidiárias de construção de plataformas, novas refinarias etc. Essas empresas, a maioria com centenas de milhares de empregados, tiveram que demitir homens e mulheres aos moldes da Depressão Econômica de 1929.

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O círculo vicioso da dependência econômica, pais e mães de família desempregados não puderam mais consumir, comprar o básico (e se faltavam produtos essenciais, o que dirá produtos supérfluos). Sem consumo, não há produção. Sem produção, não há indústria. Sem indústria, não há novos empregos. Sem empregos, e sem produção e consumo, não há impostos (orçamento). E sem orçamento, não há saúde, educação, Minha Casa Minha Vida, Prouni etc.

Ou seja: não precisa ser doutor em economia, cientista político para compreender que a Lava-Jato, com o propósito de “salvar” o Brasil, todavia, da forma errada, entregou o Brasil às fragilidades político-econômicas. Os interesses dos estrangeiros em nosso Petróleo, especialmente o Pré-Sal, fez com que estes “dominassem” a Operação Lava-Jato e se unissem à Grande Mídia para “conquistar” o povo, seu imaginário, a defender as privatizações de uma Empresa de pseudo-falência. Quem ouve falar hoje em dia do Pré-Sal? Então. Os estrangeiros lá fora estão que falam, até porque compraram do Presidente Entreguista da República, Michel Temer, e a preço de banana as concessões da exploração do Pré-Sal. A riqueza [royalties] que se investiria na Saúde e na Universidade de nossos filhos, está sendo dada como “presente” aos estrangeiros.

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Não se iluda. Mexer com Petróleo é mexer com trilhões de dólares em jogo. Acha que os EUA investem bilhões em guerras no Afeganistão, no Iraque, e agora mais recente na Síria é porque deseja salvar o povo árabe? Se você acredita nisso, olha, já passou da hora de “largar o bico”, a chupeta, sabe? Tenho uma triste notícia a ti: Papai Noel não existe. O Coelhinho da Páscoa é só para ajudar nas vendas dos ovos – que ele nem bota.

Saia da ilusão. Leia mais a respeito. Leia artigos de economistas, tanto aqueles que são pró-venda da Petrobrás, quanto aqueles especialistas que defendem o conteúdo, a riqueza nacional como propriedade das famílias brasileiras e não de estrangeiros. Contudo, peço que leia a partir de pesquisa séria. Não vá seguir indicação de artigos, ou textos da Ana Maria Braga, do William Bonner, não. Eles têm seus interesses também. Ganham muito dinheiro para lutar contra nós, contra o povo brasileiro. E não estão nem um pouco preocupados comigo, ou com você.

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Enfim. A Operação Lava-Jato entrará para a História do Brasil como uma grande dicotomia. De um lado, desvelou a vergonha da corrupção instalada no bojo da política de uma parte das lideranças da esquerda (que se dispusera não pecar), e de parte da direita (parte corrupta e que manda nesse País desde que Pedro Alvares Cabral aqui chegou). Entretanto, na outra ponta, o “Juiz-Herói”, Sérgio Moro(3), que direto vai a Nova Iorque receber prêmios e mais “coisas”, fez de tudo para desmoralizar a Petrobrás e deixar o caminho livre para que essa corja de políticos bandidos ligados ao Presidente Temer pudesse vender nossa maior riqueza. Ou seja: se vencíamos uma guerra contra a corrupção, o nosso Cavalo de Tróia chegou, e corremos o grande risco de perdermos o próprio País o qual está sendo dado de mão beijada para estrangeiros-investidores que certamente não estão nem aí para seu emprego, ou desemprego, tampouco para seus direitos trabalhistas, ou sua aposentadoria.

Pensemos a respeito!

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(1) Vide o exemplo do lobista Fernando Baiano, cuja prisão agora é seu apartamento mega-luxuoso de 12 milhões de reais numa das orlas de metro quadrado mais caro e mais belo do mundo, a Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro (leia mais).

(2) Nestor Cerveró, servidor público da Petrobrás, e um dos que pagava milhões em propinas a políticos, recebendo sempre sua cota-parte, tem um sítio de luxo de 2.700 metros quadrados em Itaipava, região serrana do Rio de Janeiro. É onde vive hoje com sua tornozeleira eletrônica. Até o mais tolo dos homens queria estar no “cárcere” assim.

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(3) Juiz que se fosse sério mesmo, não mandaria soltar tão rapidamente, como fez essa semana, a mulher do ex-Deputado Eduardo Cunha, Cláudia Cruz, que tem milhões investidos em contas na Suíça, ou ostentações em joias e produtos fúteis comprados com o dinheiro do remédio e das consultas de velhinhos que morrem na fila do SUS. Na boa: a Lava-Jato virou a síntese da Hipocrisia Jurisdicional brasileira.

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