A jogada suja de Bolsonaro
Colunista Moisés Mendes, do Jornalistas pela Democracia, diz que o proununciamento de Bolsonaro em rede nacional, desafiando abertamente a orientação de cientistas de todo o mundo, "foi parte da sua estratégia de sobrevivência, sem relação nenhuma com saúde pública e interesse coletivo"
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Por Moisés Mendes, para o Jornalistas pela Democracia - Por que Bolsonaro decidiu desafiar abertamente a orientação de cientistas de todo o mundo para que a população fique em casa? Porque as ações de Bolsonaro são orientadas por seu histórico no submundo da política.
A fala foi parte da sua estratégia de sobrevivência, sem relação nenhuma com saúde pública e interesse coletivo.
Bolsonaro teme que o confinamento leve à paralisação da economia e à ameaça de revolta social, num ambiente já tensionado pelo desemprego e pelo desalento.
Bolsonaro disse que o confinamento é uma bobagem por temer que outras medidas que vai tomar, como a que permite redução de salários, acabem por tornar sua sobrevivência política insustentável.
É preciso desviar o foco do debate para a clausura, imposta pelos Estados, como uma medida destruidora da economia.
Ele e a extrema direita empresarial fizeram uma escolha: que morra quem tem que morrer, sem grandes restrições ao cotidiano das pessoas, como o confinamento para todos e o fechamento de escolas. Para que as pessoas voltem a circular nas ruas e trabalhar.
A fala foi um desafio às normas de contenção de convívio social baixadas pelos governadores e pelos prefeitos. Bolsonaro está pedindo que a população desobedeça essas determinações.
O sujeito quer salvar a própria pele, diante da certeza de que não tem e não terá suporte político para aguentar as sequelas da pandemia. Um governo em situação normal poderia ter. Não o seu governo.
Ao afirmar que é preciso voltar a trabalhar e ao estimular a desobediência às normas estaduais, Bolsonaro diz à sua base que ele é quem luta pela salvação dos empregos e dos salários, enquanto os governadores jogam contra.
Para completar, Bolsonaro repetiu que ele, se fosse infectado, seria incomodado apenas por uma gripezinha, porque é saudável e pratica exercícios.
Induziu toda a população a pensar que a pandemia é inofensiva para os que se acham fortes. Ele seria o modelo de força e determinação contra um vírus vagabundo. Todo o pronunciamento foi a exposição de um crime.
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