A hora não é de desespero. Muito pelo contrário

Para o colunista Vivaldo Barbosa, "o que parece que continua forte no apoio ao governo é a máquina de fabricação de mentiras e publicidade disseminadas nas redes sociais com muita intensidade"

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)


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Muitos expressam tristeza, aborrecimento e se surpreendem diante de pesquisas que apontam que Bolsonaro aumenta seu prestígio junto ao povo.

Não é nada agradável, claro, embora o grosso desse apoio venha dos 600 reais de ajuda, o que é algo superficial, passageiro, pois não vai continuar, como já anunciam. E não há sinais de melhora na economia, geração de emprego e ganhos que, sim, sustentariam prestígio até as eleições de 2022. O que parece que continua forte no apoio ao governo é a máquina de fabricação de mentiras e publicidade disseminadas nas redes sociais com muita intensidade.

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São os desafios da luta política em prol da soberania e dos direitos do nosso povo. Luta permanente para superar a pesada e cruel herança do colonialismo e da escravidão.

A geração que orientou a política no Brasil a partir da Revolução de 1930, aproveitando do desgaste e deterioração da chamada República Velha, estrutura de poder assentada nas oligarquias rurais, produziu transformações acentuadas na estruturação do Estado Nacional (capacidade de intervenção na economia, criação de estatais estratégicas); no campo dos direitos (legislação trabalhista e Previdência Social) e a ideia do desenvolvimentismo, a capacidade do Brasil e do povo brasileiro superar o atraso. Tempos mais tarde, João Goulart tentou as REFORMAS DE BASE, na busca de uma transformação ainda mais acentuada, até ser golpeado em 1964.

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Com o desgaste dos militares, mobilizou-se o povo pelas Diretas Já, mas perdemos o bonde na eleição presidencial, dando espaço para a fabricação do caçador de marajás, o Collor. Embora tenhamos feito uma Constituição, com alguns problemas, como no Judiciário, mas mais nossa do que deles. Com o desgaste do FHC e do neoliberalismo, o setor popular ganhou quatro eleições com Lula e Dilma.

Os governos de Lula e Dilma foram exitosos, tanto que foram reeleitos. Êxito fugaz, porque não enfrentou a estrutura de poder montada desde o colonialismo e a escravidão, não realizou transformações mais a fundo. Nos acovardamos diante da mídia, do Judiciário e do Ministério Público. Não cuidamos da democratização da mídia, deixamos o Judiciário e Ministério Público atuarem como agentes políticos. Não mobilizamos o povo brasileiro para a defesa dos seus interesses, nem procuramos colocar as Forças Armadas ligadas ao sentimento da nacionalidade e à compreensão dos objetivos superiores da nação. Juntaram-se os meios de comunicação, Judiciário e Ministério Público e se aliaram aos grupos econômicos daqui e de fora, acarretando a derrubada de uma presidente eleita e honrada e gerando o projeto mais conservador, mais direitista e mais atrasado de nossa história, o governo Bolsonaro. 

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O esquema que gerou o governo Bolsonaro entrou em desgaste, o conservadorismo perdeu pernas. O PSDB revelou-se como grande farsa da social democracia, setores da mídia se dividem, surgem áreas assustadas com o ambiente autoritário que avança, está mais difícil sustentar o pensamento único neoliberal diante do atraso na economia e do aumento das injustiças e da miséria. A personalidade atrabiliária e a incompetência do Bolsonaro não mais agradam, mas não conseguem se livrar dele, nem arranjar um substituto. Como o resultado do feroz combate às políticas populares e nacionalistas dos governos PT, embora não tão profundas, foi a eleição e o governo Bolsonaro, o conservadorismo ainda não se recuperou de maneira capaz de oferecer algo para o Brasil. Veja agora na questão do veto ao reajuste dos servidores: elogiam Rodrigo Maia e deixam Bolsonaro de lado.

Por isso é que a popularidade de Bolsonaro não deve preocupar tanto. Ele continua aglutinando o grosso das forças conservadoras, mais franjas de enganados do setor popular. Antes assim. É melhor enfrentá-lo como principal portador do conservadorismo, é mais fácil derrotá-lo.

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A luta continua dura, claro, a força do poder econômico é incalculável, a capacidade deles de mobilizar os meios de comunicação e de utilizar as redes sociais de maneira massiva com todas as distorções e mentiras continua preocupante. Precisamos nos munir da sabedoria política para unir o povo brasileiro em torno de uma mensagem que lhe seja cara. Esta mensagem tem que refletir o que já se fez de bom nesta nação: a implantação dos direitos do povo brasileiro, como a legislação trabalhista e a Previdência Social, e a afirmação da soberania, mais as políticas sociais de Lula e Dilma de superação da pobreza e da miséria e avanços na educação. O trabalhismo e o lulismo. Para tanto, precisamos de ajudar a fortalecer um partido de massas ramificado e organizado em todo o país e de uma liderança capaz de se comunicar e mobilizar o povo brasileiro. Lula e o PT nos oferecem esta oportunidade.

Os ingredientes estão dados e disponíveis. Vamos em busca da sabedoria política de torná-los úteis e vitoriosos. Pois é possível derrotar, mais uma vez, o conservadorismo.

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