A hora e a vez dos políticos

O expurgo terá que ser feito com rapidez, mas sem atropelos contra direitos individuais. Fontes próximas ao núcleo do poder federal aguardam uma grande implosão, mas não uma bomba nuclear

O expurgo terá que ser feito com rapidez, mas sem atropelos contra direitos individuais. Fontes próximas ao núcleo do poder federal aguardam uma grande implosão, mas não uma bomba nuclear
O expurgo terá que ser feito com rapidez, mas sem atropelos contra direitos individuais. Fontes próximas ao núcleo do poder federal aguardam uma grande implosão, mas não uma bomba nuclear (Foto: Leonardo Attuch)


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Num ano repleto de emoções, com Copa do Mundo, eleição presidencial e votações no Congresso que atravessam madrugadas, ainda há uma grande surpresa reservada para antes do Natal. Ao que tudo indica, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, irá apresentar sua denúncia contra os agentes políticos envolvidos na Operação Lava Jato ainda em 2014. Rumores que correm em Brasília dão conta de 46 chamados de convocações coercitivas de parlamentares, que equivalem a prisões para prestar depoimentos. Além disso, estão previstos outros 70 mandados de busca e apreensão, segundo informações de setores de inteligência.

Tudo será feito a partir das delações já obtidas na Lava Jato, em especial de Paulo Roberto Costa, que, nesta semana, durante uma acareação na CPI da Petrobras, deixou escapar que mencionou "algumas dezenas" de parlamentares em seus depoimentos. Janot estará à frente da denúncia, mas todas as decisões serão tomadas pelo ministro Teori Zavascki, relator do caso no Supremo Tribunal Federal, que, ao determinar a libertação de Renato Duque, outro ex-diretor da Petrobras, já sinalizou que terá uma atuação mais contida do que a do juiz paranaense Sergio Moro.

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Zavascki discorda do uso de prisões temporárias e preventivas como instrumento de pressão para se obter novas delações premiadas ou de punição antecipada dos investigados – o que não significa que será leniente na condução do caso. Apenas seguirá suas convicções sobre um ordenamento jurídico que contempla garantias individuais e prevê a prisão como último recurso.

O desenrolar da Lava Jato é aguardado com expectativa não só no Poder Judiciário. No Legislativo, não será possível eleger os presidentes da Câmara e do Senado, bem como suas mesas diretoras, em fevereiro de 2015, sem antes saber quem está na lista de Paulo Roberto Costa. No Planalto, há até a torcida para que a eleição do favorito Eduardo Cunha (PMDB-RJ) fique ameaçada com os desdobramentos da Lava Jato.

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No Executivo, várias decisões estão também travadas. Reeleita para seu segundo mandato, Dilma Rousseff fez uma reforma ministerial modesta, restrita apenas a pastas de caráter técnico, como Fazenda, Planejamento e Desenvolvimento, chamando os economistas Joaquim Levy, Nelson Barbosa e o empresário Armando Monteiro Neto. Nos ministérios que passam por negociações políticas, tudo ficou congelado à espera da denúncia de Rodrigo Janot. Dilma não parece disposta a convidar alguém, que, em seguida, apareça enredado na teia da Lava Jato.

O expurgo terá que ser feito com rapidez, mas sem atropelos contra direitos individuais. Fontes próximas ao núcleo do poder federal aguardam uma grande implosão, mas não uma bomba nuclear. Só depois desse estouro será possível enxergar as possibilidades e limitações do segundo governo Dilma.

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