A hora e a vez do PT
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O Partido dos Trabalhadores nestas eleições de 2020, à despeito dos “articulistas” e dos adversários que vaticinavam um pretenso “fim do PT”, ressurge mais forte.
Esse prenúncio já tinha se projetado no pleito passado.
Nas eleições de 2018, com o seu principal líder – Lula- preso e impedido de disputar, lançou Fernando Haddad na undécima hora e conseguiu ir ao segundo turno.
A grande votação de Haddad, a eleição da maior bancada na Câmara e o maior número de governadores eleitos já eram um prenúncio de ressurgimento. Só a mídia empresarial não viu.
A cantilena preconceituosa não cessa: “o PT está isolado”, “ninguém quer estar com o PT”, “o PT não se renova”, “O PT é exclusivista”. Na verdade, doa a quem doer, o partido é e continuará sendo protagonista na vida política nacional.
Partido nascido nas bases populares, enfrentou desde o seu nascedouro todo tipo de estigmatização. Perseverou, se consolidou como alternativa e venceu.
Nunca na história brasileira uma força política de esquerda e progressista chegou tão longe. Mesmo o PCB, nos áureos tempos da legalidade, em 1945, quando elegeu o senador Prestes, e quatorze deputados federais. Apesar de mostrar força, não conseguiu firmar-se como alternativa e viu sua proscrição ser aprovada sem resistência.
Como qualquer força viva e atuante, o PT cometeu erros em sua trajetória. Nos anos de governo central, ao passo que crescia eleitoral e organicamente, enfrentava um processo célere de burocratização e institucionalização de suas instâncias diretivas. Não é sem razão as críticas de vários segmentos do campo popular sobre o abandono das periferias e um certo descolamento do PT de suas bases originárias: os bolsões dos grandes centros urbanos.
A ilusão com o republicanismo das instituições e a falta de um verdadeiro projeto de reforma política estão na raiz dos males que advieram e que ocasionou a derrubada de Dilma no célebre golpe de 2016.
A eleição de Bolsonaro e a destruição das conquistas sociais demonstraram o descompromisso dos setores elitistas que dominam a vida nacional com as carências do povo. O verdadeiro retrocesso democrático necessita de um enfrentamento vigoroso. Exige o fortalecimento da correlação de forças em favor das camadas populares. Para isso serve sobremaneira as eleições de 2020.
A nitidez popular de grande parte de suas candidaturas nas capitais e em outros grandes centros urbanos demonstram um resgate dessas tradições populares. De norte a sul do país os candidatos e candidatas petistas e progressistas vêm vencendo o ceticismo de muitos e crescendo nas pesquisas.
Pela primeira vez, em muito tempo, o partido lança um candidato oriundo das periferias paulistanas: Jilmar Tatto e relança Benedita da Silva no Rio de Janeiro, lugar onde o PT enfrentava e enfrenta um grande revés.
O fato de apresentar mais de 32 mil candidatas e candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereador, em grande parte do território nacional, é alvissareiro.
É surpreendente (para os céticos e os adversários) que, depois de enfrentar a perseguição midiático-judicial que quase dizimou o partido em 2016, o Partido dos Trabalhadores pudesse mostrar tamanha resiliência.
O momento é de consolidação. O papel da militância e dos simpatizantes é de fortalecer e amplificar as vozes das nossas candidaturas.
O crescimento de nosso candidato em São Paulo é sem dúvidas o prenúncio de que a nação petista começa a despertar. E isso é fundamental.
Não nos deixemos enganar: o fortalecimento do PT representa o enfraquecimento de Bolsonaro, dos bolsonaristas e de suas pautas.
A eleição de 2020 é a porta de entrada de 2022.
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